Precisamos Todos Ser
Aristides Dornas Júnior
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 26/04/25 06:43
Editado: 26/04/25 06:46
Gênero(s): Cotidiano
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min
Apreciadores: 0
Comentários: 0
Total de Visualizações: 103
Usuários que Visualizaram: 1
Palavras: 355
Livre para todos os públicos
Capítulo Único Precisamos Todos Ser

Vim parar nesta cidade acompanhando minha mãe. E aconteceu de minha mãe morrer. Lastimo este fato até hoje. Embora D.Zózima já tenha me consolado, e eficazmente. Ela apontou para o meu guarda-roupas e disse:

- Você não tem culpa.

Mas aqui estou eu a tentar lhes contar uma estória. Mas antes deixa eu lhes dizer:

'D.Zózima é a empregada, que está comigo há 13 anos.'

Só isso é um belo fato.

O caso é que há pouco tempo esteve aqui em casa uma parenta nossa. E me lembro de que ela, se referindo a ela mesmo, disse:

- Eu sou pé no chão.

O que ela queria dizer é que ela é realista. Eu vejo o realismo dela de um modo que não é o meu. O realismo dela é que ela ficou muito bem de vida. Eu penso que a ambição de todos nós é ficar bem de vida. Uns conseguem, outros não. E se diz:

- È a vida. - expressão que já corre de boca em boca. E o meu realismo, eu o entendo como teórico. Mas estávamos eu e ela conversando na varanda aqui de casa. E eu mostrei a ela duas pequenas roseiras. Que tinham sido trazidas aqui para casa por D. Zózima. E das duas roseiras pendiam duas rosas. Uma em cada roseira.

Ela disse ao ver:

- As duas rosas são de fato bonitas.

Então eu disse a ela:

- Para você ver, brotam do chão da Terra.

E ela:

- O que você quer dizer?

- As duas pequenas roseiras brotam do chão, você não me ouviu?

Ela ficou pasma:

- Ah, sim!

Eu lhe disse:

- E não é só você que é pé no chão.

Ela enrusbeceu:

- É todos somos.

E eu fechei o diálogo:

- Pois é, do pó viemos ao pó tornaremos.

Estava lá em casa ainda uma tia nossa. Que escutava nossa conversa. E disse a nós dois:

- Como estas roseiras, que acabam de nos dar duas rosas, vocês dois precisam é ser mais caridosos.

- Eu sou, tia - me aprecei.

E a parenta:

- Vocês acabam de me convencer, vou ser bem mais caridosa.

E sorrimos todos, a vitória tinha sido de nós três.

❖❖❖
Apreciadores (0) Nenhum usuário apreciou este texto ainda.
Comentários (0) Ninguém comentou este texto ainda. Seja o primeiro a deixar um comentário!