Acordei hoje de bem com a vida. E imaginem em que eu estava pensando. Naquele amor que fez de mim o que sou hoje.
E o que sou hoje? Um pequeno literato, graças a Deus. Um pequeno literato que ama a vida e o que a vida lhe oferece.
E pensei nela. Aquela que foi a última a quem amei. Até que um dia eu cantei para ela uma cantiga da minha terra:
"Vá meu amor, siga outro caminho, que eu seguirei o meu."
Sorri levemente diante do espelho, me olhando. E saí logo para o quarto, porque não sou feio nem bonito.
Ela deve ter me amado. E ponto final.
É ruim me lembrar de uma coisa boa e bela que de repente acabou. Mas volto a me sentir de bem com a vida.
Mas no todo eu sou muito grato ao amor. Não é todo sentimento que se metamorfoseia em literatura, a arte das palavras.
Não vou contudo atrás dela. Tenho muito amor próprio. Mas, pensar é só pensar.
E eu não consigo, nem nunca consegui definir o amor.
Camões cantou;
'Amor é chama que não se apaga."
E em mim, que ela possa ler isto em segurança, amor nunca se apagou.
Escrever este texto é agora fácil. Mas se me perguntarem quanto tempo ele ficou em mim. Quem sou eu para responder?
E assim vão as minhas letras. A um bel-fim, pelo bom caminhar. Ainda agora estou aqui a declarar meu amor.