Estava eu no meu quarto-estúdio. E ouço barulho na cozinha. De lá vem a voz de sua irmã.
Ele sabe que é sua irmã. Pois anotecia e estava tudo fechado. E ela tem a chave da casa.
Em pouco ela está ao pé dele. E os dois conversam. Ela diz:
- O café acabou.
Eu pergunto:
- De qual garrafa você o tirou?
Ela diz que tirou café da garrafa preta. Ele pensa um pouco. E se lembra de que tem também outra garrafa de café, só que menor.
Indica a garrafa menor à irmã. Ela diz que já não precisa.
Trocam algumas impressões. Ela lhe pergunta se ele é feliz ali.
Ele responde que sim. Que é um homem feliz.
- Não te falta nada? - a irmã insiste.
- Absolutamente nada. - ele responde, sem se incomodar.
E acrescenta:
- Aqui, tenho tudo o que preciso e algo mais.
Ela, a irmã, sorri. Neste momento ele está olhando para ela.
E os dois se alegram. Ela se curva para ele.
E lhe beija o rosto.
Ele se felicita ainda mais. Ela parte. Pois ela mora noutra cidade.
E ele a acompanha até à rua. Vê que ela entra no automóvel dela.
Ele fica ali exultante de alegria . Pois ela além de irmã é sua amiga.
E como é bom ter amigos. Agora ele cantarola um cantiga.
Os seres humanos quando tem amigos não podem perdê-los. Ele entra na casa, fecha as portas que dão para a rua.
Chega novamente ao seu quarto-estúdio e põe-se a escrever.
Sabem donde ele tira o seu espírito amigo? De sua crença em Deus e dos livros que lê.