Eu estava lá fora conversando com minha irmã. Até que chegou a hora, e ela se despediu.

Achei triste a hora do adeus. Sempre ela vem e se vai a esta hora.

Já era para mim estar acostumado. Mas pensei:

- Se eu sou mesmo do bem, vou pensar em outra coisa.

E pensei numa coisa boa. Entrei e fechei a casa. Logo estava eu e eu. Quer dizer:

"Eu sozinho."

Fui para o meu quarto e peguei um livro. Pus-me a ler.

Ia virando as páginas, devagar, à medida em que ia lendo.

E por fim, cansei de ler. Fiquei ali quieto sem pensar em nada.

E o que eu conversava com minha irmã?

Boa pergunta me faço. Na verdade eu conversava com ela sobre uma passagem de nossa infância.

De como tinha sido bom quando fomos crianças. Era mesmo o reino da inocência.

E estou aqui me lembrando disso, da conversa,e daquele tempo.

Mas, enfim, o próprio tempo atropelou tudo e hoje somos adultos.

E temos nossas preocupações.

Eu já que estou átoa, me preparo para o banho.

E penso por último, as lembranças às vezes nos entristecem.

E tomo meu banho. E me preparo para dormir.

Porque o tempo atropelou tudo, a infância e a recordação fiel dela.

Mas nem tudo se perdeu. Ainda restam lembranças, Poucas, mas restam.