Aparece Saci
Robson Pinheiro Cruz
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 06/07/25 16:46
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 1min
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Notas de Cabeçalho

Título:Aparece Saci

Autor:Robson Pinheiro Cruz

Data:10/10/2023

Capítulo Único Aparece Saci

Aparece Saci

Robinho sempre gostava de ouvir os causos de sua vovó Mercedes. Era um garoto travesso e não tinha medo das histórias que sua avó contava. A sábia senhora sempre o advertia a não pronunciar o nome da entidade “Saci”, pois isso era um mau presságio.

Numa certa noite de lua cheia, durante as festividades de São João, o menino dançava ao redor da fogueira com as outras crianças, como de costume, no quintal repleto de árvores e plantas de todos os tipos. “Aparece, Saci!” gritavam todos em coro, rindo inocentemente.

De repente, um vento impetuoso soprou e as folhas começaram a girar em redemoinho. As chamas da fogueira aumentaram e, em meio a um gargalhar medonho, surgiu a criatura de uma perna só: corpo magro, parecendo um esqueleto, pele negra, olhos esbugalhados, vestindo gorro e uma tanga vermelhos, com um cachimbo na mão.

“Agora vassuncês vão cirandar comigo em outro lugar!”, exclamou a criatura ironicamente. Assustadas, as crianças tentaram correr, mas em um átimo de segundo, a fogueira explodiu, espalhando fogo, fumaça e cinzas por toda parte.

O vento trouxe, o vento levou as crianças e a criatura, e depois daquele dia nunca mais se ouviu falar nem das crianças nem do “Saci” – ai, é perigoso pronunciar esse nome...

❖❖❖
Notas de Rodapé

Embora a aparição do Saci pertença ao reino encantado da imaginação, o cenário e o personagem principal desta história são reais. Robinho sou eu — menino travesso, criado entre árvores frutíferas como caqui, goiabeira, parreira de uvas, bananeira e graviola, rodeado por hibiscos, rosas, trevos e o aroma do fogão a lenha que aquecia o sobrado da vovó Mercedes. O quintal era vivo: galinhas cacarejando, coelhos correndo, porcos ronronando no chiqueiro,cachorros vira-latas latindo e patos mergulhando no lago. Mas o que eu mais amava era brincar nas enxurradas que desciam velozes nos dias de chuva — um mundo novo se abria entre o barro, os redemoinhos de folhas e os arco-íris que nasciam no céu, festas de São João. Minha infância foi feita de contos, lendas e liberdade, onde cada esquina da casa guardava um mistério e cada gota d’água virava aventura. Tive uma infância inesquecível.

Apreciadores (1)
Comentários (1)
Postado 06/07/25 23:51

Que Saci mais macabro... deu até medo aqui... A gente acostumado com sacis à la Maurício de Souza e tu vem com um desses... Que susto!

Obrigada por compartilhar sua obra conosco!

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