Aparece Saci
Robinho sempre gostava de ouvir os causos de sua vovó Mercedes. Era um garoto travesso e não tinha medo das histórias que sua avó contava. A sábia senhora sempre o advertia a não pronunciar o nome da entidade “Saci”, pois isso era um mau presságio.
Numa certa noite de lua cheia, durante as festividades de São João, o menino dançava ao redor da fogueira com as outras crianças, como de costume, no quintal repleto de árvores e plantas de todos os tipos. “Aparece, Saci!” gritavam todos em coro, rindo inocentemente.
De repente, um vento impetuoso soprou e as folhas começaram a girar em redemoinho. As chamas da fogueira aumentaram e, em meio a um gargalhar medonho, surgiu a criatura de uma perna só: corpo magro, parecendo um esqueleto, pele negra, olhos esbugalhados, vestindo gorro e uma tanga vermelhos, com um cachimbo na mão.
“Agora vassuncês vão cirandar comigo em outro lugar!”, exclamou a criatura ironicamente. Assustadas, as crianças tentaram correr, mas em um átimo de segundo, a fogueira explodiu, espalhando fogo, fumaça e cinzas por toda parte.
O vento trouxe, o vento levou as crianças e a criatura, e depois daquele dia nunca mais se ouviu falar nem das crianças nem do “Saci” – ai, é perigoso pronunciar esse nome...