O Boneco do Palhaço Bozo
Robson Pinheiro Cruz
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 21/07/25 18:29
Editado: 21/07/25 20:34
Avaliação: Não avaliado
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Notas de Cabeçalho

Titulo:O Boneco do Palhaço Bozo

Autor:Robson Pinheiro Cruz

Data:10/09/2024

Capítulo Único O Boneco do Palhaço Bozo

No coração do Rio de Janeiro, um antigo casarão, legado de um ator famoso, abriga lendas sombrias. Em uma noite de ousadia, um grupo de jovens decidiu invadir o local em busca de diversão e do sobrenatural. Entre risadas e garrafas, descobriram um baú no sótão, onde um boneco do palhaço Bozo os encarava com um sorriso perturbador.

— Porra, maluco, que boneco sinistro! — berrou Bernardo.

— Eu acho que ele quer comer teu cu, Bernardo! Kkkk! — zombou Maycon.

— Fala sério, Maycon, paga uma chupetinha pra ele!

— Pessoal, esse não é aquele do noticiário? O ator que protagonizava ele morreu enforcado. Dizem que o boneco do palhaço Bozo, estava ao lado do corpo — comentou Maristela.

—Sério Mari? —resmungou Pedro com ar de duvidoso.

— Qual é, Maristela? Vamo botar fogo nessa porra logo! — retrucou Maycon.

— Nossa, tu é desbocado demais, Maycon.

— Suave gatinha, esse é meu jeito.

Movidos pela curiosidade imprudente, decidiram lançá-lo à lareira. À medida que as chamas cresciam, risadas macabras começaram a ecoar pelas paredes do casarão, e um frio cortante se espalhou, como se a própria morte soprasse entre os cômodos.

De repente, o fogo se apagou. O silêncio foi quebrado por um comentário trêmulo e nervoso de Pedro, o irmão caçula de Maristela: — Ué... era pra esquentar, né?

— Que frio é esse, pessoal? —Reclamou Maristela.

— Olha, deve ter alguma porta ou janela aberta, Maristela. Por isso esfriou. —Deduziu Maycon.

— Ai, eu vou fechar. Alguém vem comigo?

— Ah, você reclamou, você vai! — respondeu Bernado, com o cu não passando nem uma agulha, de tanto medo.

Maristela foi pelo corredor e tropeçou, batendo a testa no chão, uma garrafa quebrada, perfurou sua jugular, e ela não teve tempo de pedir ajuda.

—Rapaziada, sério, tá muito frio e minha irmã não aparece. Vamos atrás dela, vamos sair daqu?—sugeriu Pedro.

—Nós vamos ficar aqui, Pedrão. Se ela não aparecer, você pode ir—respondeu Bernardo.

Poxa, ou vocês dois são muito medrosos ou estão fazendo troca-troca; um não desgruda do outro.

—Qual é, Pedrão? A irmã é sua, vai procurar ela e pára de nóia. Você é que tem um jeito que soltar o caneco —provocou Maycon.

O garoto seguiu em frente com o celular ligado; logo, um grito ecoou. O velho assoalho de madeira cedeu, e Pedro caiu sobre estacas cravadas no chão,perfurando seu tórax,barriga e cabeça, cercado por garrafas antigas, símbolos estranhos e uma cabeça de bode.

—Bernardo, tô com medo, vamos embora, cara—implorou Maycon, apavorado.

A atmosfera se tornou opressiva, e, naquela mesma noite, os jovens começaram a sucumbir, um a um, por mortes horrendas.

Na manhã seguinte, a polícia foi chamada anonimamente. Ao adentrarem o casarão, encontraram os corpos esquartejados, com expressões assustadoras, empilhados, enquanto a réplica do palhaço Bozo permanecia intacto, como se aguardasse suas próximas vítimas.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Apesar de mundialmente conhecido como figura cômica infantil, o palhaço Bozo tornou-se, ao longo dos anos, um ícone involuntário de histórias de terror urbanas no Brasil. Seu sorriso exagerado e olhos arregalados passaram a habitar o imaginário sombrio de quem cresceu com medo de brinquedos animados, reforçando o arquétipo do “palhaço sinistro” que esconde algo mais profundo e perturbador.

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