Hoje acordei me sentindo sem imaginação. Mas não me desesperei. Vim e aqui estou. Querendo contar uma estória.
Onde uma estória? Eu geralmente viajo nos meus próprios ombros e colho uma palavra aqui ou acolá.
E agora mesmo olho as páginas de um livro. E lá estão as palavras donde colho uma.
E qual é a palavra? Amor. Sim, já amei. Pouco me resta em amar de novo. Mas olho o amor alheio.
O amor alheio eu disse. Mas eu amo contar uma estória. Sim, mas quero contar uma estória de amor.
Ia o cidadão jovem pela rua. Passou uma pequena deusa. Ele a olhou e logo o seu coração se incendiou.
Ele, o jovem cidadão, não a esqueceu.
Procurou no meio onde vivia saber quem era ela.
E acabou ficando sabendo.
E então um dia resolveu: foi procurá-la.
E disse a ela:
- Minha jovem, sabe que eu a amo.
E ela:
- Mas o senhor mal me conhece.
Ele:
- É verdade. Mas a sua beleza é estonteante.
Ela se espantou um pouco. E disse a ele:
- Muitos já me elogiaram isso. E aqui estou sozinha.
E ele entristeceu-se. Olhou para ela e disse:
- E isso é motivo para não tentar me amar?
Ela sorriu. Ela sabia que hoje as coisas são um pouco absurdas. Mas arriscou:
- Que garantia o senhor me dá?
O jovem cidadão disse a ela:
- Nenhuma. Para ser completamente sincero. Mas venha e veja a felicidade.
Ela sorriu mais uma vez:
- Está bem.
E ela foi com o jovem cidadão. Na casa dele encontrou paz e amor. E isso durou bastante tempo.
Certo dia ela olhou para ele:
- Sabe, você me ama como no primeiro dia?
Ele confirmou e então ouviu dela:
- É que daqui a nove anos nasce nosso filho.
Houve festa nos dois corações. E eles vivem, os três, o casal e o seu filho, muito felizes.