A Mãe do Ouro
Robson Pinheiro Cruz
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 29/07/25 17:05
Editado: 29/07/25 17:21
Avaliação: Não avaliado
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Notas de Cabeçalho

Título:A Mãe do Ouro

Autor:Robson Pinheiro Cruz

Data:25/07/2025

Capítulo Único A Mãe do Ouro

Diziam que a Gruta de Maquiné guardava mais que silêncio. Protegia um segredo antigo, coberto por medo e fogo. No limiar da entrada, Marcelo e Geovane ignoraram os avisos e desceram, guiados pela cobiça.

A escuridão era espessa. De repente, um clarão rompeu o breu: uma bola de luz e fogo flutuava diante deles, viva, quente, hipnótica. Os olhos ardiam. O tempo pareceu parar.

A chama girou no ar e foi tomando forma. Dela surgiu uma mulher de beleza impossível. Seus cabelos pareciam chamas, e os xales dourados ondulavam como vento em brasa. Seus olhos ardiam, mas não ameaçavam, seduziam.

Sem dizer palavra, ela se voltou e caminhou para dentro da gruta. Marcelo e Geovane a seguiram como que enfeitiçados. Passaram por túneis estreitos até um salão dourado, repleto de ouro puro, reluzente.

Ali, sumiram.

Nunca mais voltaram. Alguns dizem que vivem presos sob o encanto da Mãe do Ouro, outros juram ver a luz dançando no limiar da caverna ao cair da noite, uma dança lenta, um chamado sussurrado.

E todo aquele que se aproxima dificilmente volta.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Gruta de Maquiné — Localizada em Cordisburgo, MG, é uma formação geológica de importância histórica e turística. Seu ambiente misterioso já inspirou lendas e obras literárias.

Mãe do Ouro — Figura do folclore brasileiro, especialmente do interior de Minas Gerais. Costuma aparecer como uma bola de fogo voadora, que protege tesouros escondidos ou sinaliza perigos. Em algumas versões, transforma-se em mulher encantadora.

Cobiça como força narrativa — Os protagonistas, Marcelo e Geovane, são movidos pela ambição, um motivo recorrente em histórias fantásticas que exploram consequências morais.

Mulher flamejante — A transformação da luz em figura feminina remete à sedução como armadilha, símbolo frequente em lendas de encantamento (como Iara ou Sereia).

O ouro como elemento simbólico — Mais que riqueza, representa o desejo, a ilusão e a perdição. O salão dourado pode ser lido como metáfora para o ponto sem retorno.

Desaparecimento dos personagens — Remete à tradição oral em que curiosos ou aventureiros são engolidos por lugares mágicos, reforçando o caráter de mistério da narrativa.

Luz dançante ao entardecer — Imagem poética que reforça o mito vivo e sugere que a lenda se renova constantemente, atraindo novos “escolhidos”.

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