Diziam que a Gruta de Maquiné guardava mais que silêncio. Protegia um segredo antigo, coberto por medo e fogo. No limiar da entrada, Marcelo e Geovane ignoraram os avisos e desceram, guiados pela cobiça.
A escuridão era espessa. De repente, um clarão rompeu o breu: uma bola de luz e fogo flutuava diante deles, viva, quente, hipnótica. Os olhos ardiam. O tempo pareceu parar.
A chama girou no ar e foi tomando forma. Dela surgiu uma mulher de beleza impossível. Seus cabelos pareciam chamas, e os xales dourados ondulavam como vento em brasa. Seus olhos ardiam, mas não ameaçavam, seduziam.
Sem dizer palavra, ela se voltou e caminhou para dentro da gruta. Marcelo e Geovane a seguiram como que enfeitiçados. Passaram por túneis estreitos até um salão dourado, repleto de ouro puro, reluzente.
Ali, sumiram.
Nunca mais voltaram. Alguns dizem que vivem presos sob o encanto da Mãe do Ouro, outros juram ver a luz dançando no limiar da caverna ao cair da noite, uma dança lenta, um chamado sussurrado.
E todo aquele que se aproxima dificilmente volta.