Juan levava uma vida tranquila... até o dia em que conheceu Esmeralda.Ela era descendente de ciganos que, segundo histórias sussurradas pelos mais velhos, praticavam magia negra. Seus pais tiveram um fim trágico — queimados vivos em um acidente misterioso. A tragédia pairava sobre o nome da família como uma sombra antiga.
Esmeralda, no entanto, carregava uma beleza hipnotizante: pele avermelhada, olhos verdes de gata, lábios vermelho carmesim e um vestido escarlate que parecia flamejar com cada movimento. Havia algo de perigoso e sedutor nela. Juan se sentia atraído, mas ao mesmo tempo... inquieto. Uma dúvida crescia em seu coração, como uma semente que começava a brotar.
Na volta das aulas, Marina, amiga de Juan, comentou:
— A professora de espanhol entrou em licença. Será que vai ter substituto?
— Se tiver alguém que pelo menos saiba explicar, já é um avanço... — respondeu Juan, entediado. Espanhol nunca foi sua matéria favorita.
Logo depois, o sinal tocou. Os alunos entraram na sala, e logo em seguida a diretora apareceu com um semblante sério e um leve sorriso nos lábios:
— Como vocês já sabem, a professora Liliana está de licença por conta da gravidez. Por isso, venho apresentar a vocês o novo professor...
Antes que pudesse terminar a frase, uma voz profunda e aveludada cortou o ar como um feitiço:
— Buenas noches, estudiantes. Mi nombre es Rick Banderas.
Quando Juan ouviu aquela voz pela primeira vez, algo em seu peito vibrou. E ao ver o homem que a emitia, sentiu seu mundo virar.
Rick Banderas era um espetáculo. Espanhol de nascimento, corpo escultural — ombros largos, coxas firmes, bumbum redondo e empinado. Cabelos castanhos ondulados, um bigode bem aparado e olhos em um tom violeta tão raro que pareciam de outro mundo. Sua voz era impostada, envolvente, como se cada palavra acariciasse os ouvidos de quem o escutava.
A sala silenciou. As meninas sorriram envergonhadas, e os olhares se cruzaram por toda parte. Juan, por sua vez, ficou estático, o coração acelerado.
— Que homem... — pensou, sentindo um arrepio subir pela espinha.
Ele, loiro de olhos azuis, corpo esguio, pele alva e bochechas rosadas, bumbum arrebitado, era alvo constante de olhares no colégio. Chamavam-no de “o menino da cigana”, por causa da ligação com Esmeralda. Havia rumores de que gostava de meninos, mas Juan nunca confirmara nada — embora o brilho no olhar às vezes dissesse mais do que as palavras.
— Essas aulas vão ser mais interessantes do que eu imaginava... — sussurrou consigo mesmo, com um meio sorriso nos lábios.
E foi ali, naquele instante, diante daquele homem dos olhos violetas, que tudo começou.
Depois de semanas de olhares trocados, toques demorados e promessas no silêncio dos corredores, Esmeralda e Juan decidiram tornar público o que já era evidente para quem os observava: estavam juntos.
A ligação entre os dois era forte, quase sobrenatural. Havia algo nos olhos de Esmeralda que prendia Juan — e algo na doçura de Juan que fazia a cigana perder o controle. Naquela noite, sozinhos no chalé antigo dos avós dela, o mundo parecia ter parado.
— Ah, amor... — murmurou ela, entre sorrisos e gemidos. — Não... não agora... não dentro... Os jatos esguicharam nos peitos da moça que se deliciou com o líquido agridoce...
Juan a olhava como se ela fosse feita de fogo e mel. O corpo dela era uma pintura viva, os seios como maçãs rubras que brilhavam à luz do abajur vermelho.
— Você me deixa louco, Esme... — sussurrou ele, ofegante, com a respiração descompassada e os olhos marejados de prazer.
O quarto se encheu de calor e murmúrios. Quando os corpos se acalmaram, Juan caiu ao lado dela, os cabelos loiros colados à testa pelo suor, o peito arfando em ondas.
— Se isso for magia cigana... que me enfeitice pra sempre, — disse ele, sorrindo com os lábios encostados na pele do ombro dela.
Depois de oficializarem o namoro, Juan e Esmeralda viviam momentos de paixão intensa. Mas algo em Juan ainda era inquieto, instável, como se uma parte dele ainda buscasse algo que nem ele sabia nomear.
Na semana seguinte, a escola organizou um passeio cultural de ônibus até uma antiga fazenda colonial cercada por trilhas. Os alunos estavam animados, mas Juan não conseguia tirar Rick Banderas da cabeça. Desde o primeiro dia em sala, havia um laço invisível entre os dois — algo proibido, inflamável.
Durante o passeio, Juan e Rick acabaram isolando-se do grupo. Rindo, distraídos, seguiram por uma trilha cercada de árvores retorcidas, longe dos demais. E então, o silêncio. Nada além do farfalhar das folhas e o som de suas respirações.
— Acho que nos perdemos... — disse Juan, fingindo preocupação, mas com os olhos brilhando de expectativa.
Rick parou. Seu olhar intenso atravessou o rapaz.
— Você queria isso, não queria? — sussurrou o professor.
Juan não respondeu. Apenas o olhou, ofegante. Foi então que os lábios se encontraram.
O beijo foi profundo, cheio de urgência e repressão acumulada. Corpos se tocaram, as mãos de Rick percorreram as costas de Juan, que gemeu baixo, pressionando-se contra ele. No meio da floresta úmida, os dois se entregaram àquilo que era inevitável. Foi mais que desejo — foi confissão.
Juan baixou a bermuda, mostrando o membro ereto, e virou-se, exibindo sua bunda lisinha e empinada. Rick ficou louco, apertou aquela porção macia, ajoelhou-se e umedeceu o rego rosado do rapaz com a língua. "Ai, professor, que delícia!" O membro de Juan começou a verter um líquido transparente; ele tinha o pau melado.
O professor levantou-se com o membro ereto, pronto para adentrar aquele cu apertado. "Dá uma mamada, garoto." Juan, mais que depressa, caiu de boca na ferramenta reluzente do professor, dura como aço, com a cabeça roxinha e melada, por sinal. O garoto fez a sucção em um vai e vem, enlouquecendo o macho sedento.
Levantou-se, escorou-se em uma árvore, abriu as pernas e deixou Rick conduzir, adentrando aquela bunda branquinha e macia. Juan foi aos céus. "Ai, vou gozar... aaarrr..."
Rick apertava o garoto contra si, em uma explosão de prazer naquele momento, numa gozada quente e farta, enchendo as entranhas de Juan de esperma, que escorria pelos cantos da bela bunda branca.
Mas do outro lado, em casa, Esmeralda sentia a vibração mudar. Sentada diante do espelho, os olhos acesos em verde puro, ela sussurrou palavras em dialeto cigano. Uma fumaça negra emergiu da taça de vinho. E então, viu — os dois se beijando na floresta.
Tomada por uma mistura corrosiva de raiva, dor e um amor envenenado, ela quebrou o juramento mais antigo: libertou o que jamais deveria ser invocado.
— Venha, Filho das Sombras... Mostre a eles o preço da traição.
Das entranhas da noite, moldado em trevas densas, ergueu-se o demônio. Sua forma era instável, uma silhueta feita de escuridão viva que ondulava como fumaça maldita. Sem rosto — apenas dois olhos em brasa, vermelhos como sangue, exalando morte.
Ele não caminhava. Flutuava. Sua presença sugava a luz e paralisava o tempo, envolvendo tudo em um silêncio opressor. A névoa ao seu redor parecia viva — espessa, sufocante, como se o mundo exalasse medo.
A criatura rasgou o véu entre dimensões e irrompeu no meio da trilha, onde Juan e Rick vestiam-se às pressas, ainda tontos dos próprios pecados.
— O que foi isso...? — murmurou Juan, sentindo o ar tornar-se denso como chumbo.
O demônio os atacou com violência. Juan foi ferido mortalmente. Sangue escorria por sua camisa enquanto caía nos braços de Rick.
—Venha me pegar - parecia que a criatura premeditara todo o desfecho da situação.
— Rick... eu... eu te amo. Esmeralda... foi ela... — sussurrou, com os olhos se apagando como velas ao vento.
Rick gritou em desespero. Mas algo dentro dele virou gelo. Ódio.
De volta à casa da cigana, Esmeralda pressentiu a tragédia. Quando abriu a porta, Rick já estava ali — sujo, ferido, com os olhos vazios.
— Você o matou... matou o único que enxergou quem eu realmente sou.
Ela tentou se defender, mas Rick já havia sacado o revólver calibre trinta e oito.
— Você invocou a sombra. Agora, colha o que plantou.
Num átimo, ele apertou o gatilho. O disparo atingiu em cheio o peito da cigana, cujos olhos ainda ardiam entre dor e amor.
Ela caiu... mas o sangue que escorria parecia ferver. Seu corpo tremeu e, diante dos olhos incrédulos de Rick, transformou-se na própria criatura das trevas. A pele se dissolveu em névoa negra, os traços desapareceram, e de seu interior surgiu o demônio — o Demônio das Sombras.
A entidade avançou sem hesitação. Suas mãos — agora garras feitas de pura escuridão — envolveram o pescoço de Rick, estrangulando-o com ódio mortal, até que seu rosto foi desfigurado sob a força brutal. O sangue respingou nas tábuas do chão, manchando-as como se o próprio quarto tivesse sido amaldiçoado.