Seres Humanos
Aristides Dornas Júnior
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 02/08/25 10:02
Gênero(s): Cotidiano
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 1min a 2min
Apreciadores: 0
Comentários: 0
Total de Visualizações: 6
Usuários que Visualizaram: 1
Palavras: 266
Livre para todos os públicos
Capítulo Único Seres Humanos

Vivemos uma época sem escolas literárias, como o Parnasianismo e o Modernismo. Uma época de intensa liberdade de criação.

Então aqui vou eu contar do modo que eu sei. Digam, se quiserem, contar no meu estilo.

Vivi uns poucos dias a mais na capital.

Foi quando tive lá uma empregada doméstica insatisfeita.

No último dia que ela foi lá em casa para me ajudar, ela me convidou para uma missa.

Mas a missa seria celebrada numa Igreja que eu não conhecia.

Então pedi a ela que fosse lá em casa, e de lá iríamos à missa.

Ela chegou cedo. E lá fomos nós dois. O ônibus urbano que nos levou nos deixou numa favelinha.

Antes de desembarcarmos o trocador perguntou:

- É aí mesmo que querem descer?

- Sim - respondemos em uníssono.

E seguimos o resto do caminho a pé. E ao chegarmos tinhamos atravessado um trecho da favelinha.

Eu vi seres humanos em situação mais que precária. Senti pena deles. Mas o que eu podia fazer?

E chegamos à Igreja. Que era um prédio muito modesto erguido ali.

Entramos e rezamos a missa. Por sorte eu era católico, e o templo ali também era.

Depois de rezada a missa, voltamos para casa. Foi quando ela me falou:

- Vou para São Paulo.

Eu escutei em silêncio, São Paulo fascina por ser o nosso mito capitalista.

E ela foi. Só me deixou com uma dificuldade, eu ia ter que arrumar outra empregada.

E para que os leitores tenham um final de texto, eu escrevo.

Continuo católico e rezo muito por estas pessoas tão sofridas, que são os nossos pobres.

❖❖❖
Apreciadores (0) Nenhum usuário apreciou este texto ainda.
Comentários (0) Ninguém comentou este texto ainda. Seja o primeiro a deixar um comentário!