Estávamos os dois sentados um de frente ao outro. E ela me disse:
- Você me disse que ia me amar.
Ele disse:
- Isso eu disse.
- Que ia me amar para sempre.
- Me responda o que é para sempre?
Ela se espantou. Não tinha pensado nisso. Então era assim que ele era?
Ela teve vontade de ir direto ao assunto. Mas:
- Quem me diz que vai me amar, é para sempre.
Ele olhou nos olhos dela:
- Menina, você devia ter dito isso no início.
Ela ergueu a mão espalmada. Ele esperou.
E enfim ela lhe deu a bofetada. Ele se recuperou e se aproximou dela.
E lhe deu um beijo roubado. Ela ficou surpresa. E lhe disse:
- Eu não sabia que você é violento.
- Geralmente não sou.
Então ela lhe disse;
- A sua primeira violência veio no fato de de repente não mais me amar.
Ele fez um exame de consciência daquela estória de amor que estava vivendo. E viu que estava errado.
- Por Deus, só você pode me perdoar.
Ela estava chorando, mas encontrou forças para dizer:
- Você ê feito de que?
- Querida, de carne e osso como você.
Ela:
- Mas então porque não me ama mais?
Ele olhou para ela, pensou que o que lhe tinham dito era intriga.
E disse isso a ela. Ela pediu-lhe que contasse para ela qual tinha sido a intriga.
Ele não hesitou:
- Traição.
Ela se desculpou como pode.
E os dois se despediram. Afinal ele não acreditava mais nela. E ela não tinha mais palavras.
O resultado era que a intriga fora urdida e praticada e bem sucedida.
E foi que no dia seguinte lá estava ela com o outro.