— Ai, que delícia! Coloca tudo, amor! — Susurrava Jeena, cheia de tesão, ensopada de suor. — Gata, acho que vou gozar. Essa boceta rosadinha e lisinha me deixa louco. Curto sarrar minha pistola na sua xana. Ai, vou gozar... ahhhar...
Enzo era jovem, intenso e magnético. Aos 18 anos, com seu porte atlético e olhos azuis que pareciam guardar segredos, chamava atenção por onde passava, não era pra menos, o boy era bem dotado. No teatro, onde ensaiava para sua estreia em “O Último dos Lobisomens”, era mais que um talento promissor — era uma presença que incendiava os bastidores.
Jeena, assistente de marketing da companhia, não conseguia disfarçar o fascínio que sentia por ele. Mulata de beleza escultural, com cabelos encaracolados e um perfume que deixava rastros de desejo, ela era admirada por todos, mas seus olhos estavam voltados apenas para Enzo. Desde o primeiro encontro, algo entre eles parecia inevitável — como se o destino tivesse escrito aquela atração com tinta invisível.
O diretor da peça, Andrews, um espanhol de 30 anos com alma de artista e olhar profundo, também nutria sentimentos por Enzo. Mais do que admiração profissional, havia uma conexão silenciosa, quase mística. Andrews sonhava com Paris, com noites boêmias e uma vida compartilhada com o jovem ator — mas por enquanto, tudo era silêncio e tensão.
Nos bastidores, o clima era de urgência. Gaspar, responsável pelo figurino, corria contra o tempo para encontrar a fantasia perfeita para o protagonista. — Precisamos dessa pele do Alfa. O chefe não vai perdoar se não entregarmos algo à altura! — dizia, enquanto vasculhava tecidos e ideias.
Enzo, por sua vez, estava pronto. Queria mais do que aplausos — queria se transformar. E naquela noite, Andrews fez um pedido incomum: — Veste o traje antes. Quero te ver como fera...
Enzo sorriu, com um brilho travesso nos olhos. — Apaga a luz primeiro... — respondeu, com voz baixa e provocante.
O diretor foi baixando as calças e mostrando seu farto traseiro bronzeado, abrindo seu cuzinho rosado.
O figurino do teatro havia sido adquirido junto a um lote de relíquias antigas, trazidas da Irlanda. Entre elas, destacava-se uma peça singular: uma pele negra, de pelos ásperos, com patas volumosas e garras afiadas, que parecia pertencer a uma criatura abatida, seu último suspiro ainda impregnado no tecido.
O que ninguém sabia era que aquela pele carregava um segredo antigo.
Ao tocá-la, um arrepio percorreu o corpo de Enzo. A textura era estranhamente real, quente, como carne recém-arrancada. Ele ignorou a sensação e vestiu o traje.
—Vestiu meu lobisomem dotado? Estou pronto—,sussurrou Andrews.
—Acho que está beleza. Enzo havia tirado toda a sua roupa e só ficou com a parte pubiana e a barriga de fora após vestir o traje, roçando seu membro rígido na bunda macia e sedenda do produtor. Sentiu seu corpo aquecer de uma forma descomunal e penetrou seu parceiro fervorosamente.
— Quero te sentir todinho dentro de mim, meu garanhão, mas vai devagar! Está febril? Aaí tá doeeendo! Como se o membro de Enzo rasgasse cada centímetro do furico guloso de Andrews.
Enzo então, sentiu algo se mexendo dentro de sí. Seus músculos se expandiram, seus ossos estalaram. Seu coração disparou como um tambor de guerra.
Uma saliva quente descia sobre o pescoço do parceiro, um hálito com odor canino; seu ânus estava sendo dilacerado, e ele não sabia se sentia dor ou tesão...
Andrews viu o desejo se transformar em pavor. O homem diante dele não era mais Enzo. A fera surgiu expelindo um gozo farto e quente nas entranhas do parceiro, e com uma patada arrancou-lhe o coração, devorando-o ferozmente.
Kael, o líder dos lobisomens voltou à vida.
A fera adentrou o palco sangrenta e feroz.
O público aplaudiu, achando o efeito especial espetacular. Mas o que viram não era atuação.
A besta-lobo estava de volta. A peça se tornava um massacre. E a lua cheia iluminava seu retorno…
Há séculos, Kael, o último líder dos lobisomens, foi traído por aqueles que desejavam seu fim. Em uma noite de lua sangrenta, sua pele foi arrancada como troféu, e sua alma foi condenada a vagar sem forma, sem voz, sem legado.
Selene, sua amada, recusou-se a deixá-lo desaparecer e fez um pacto com o próprio demônio. "Aquele que vestir a pele do Alfa se tornará a besta. Seu corpo e sua alma serão consumidos, e o líder dos lobisomens renascerá." Assim foi decretado pelo ser malévolo.
Agora, séculos depois, a pele amaldiçoada estava diante de Enzo.