Carmen illud...
Pequena Estrela
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 18/08/25 22:31
Editado: 19/08/25 07:37
Gênero(s): Cotidiano Romântico
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 3min a 4min
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Palavras: 550
Livre para todos os públicos
Notas de Cabeçalho

É sobre isso e tá tudo bem.

Capítulo Único Carmen illud...

Estava sozinha, como sempre ficava toda noite de segunda feira, no mesmo quarto com lençóis esverdeados, o mesmo vento que soprava frio pela antiga janela.

O rádio ligado em algum som aleatório, e eu entendiada.

_ Que merda que foi hoje o trabalho, você nem imagina. _ digo para meu gato preto que de esticava contra o travesseiro, pouco interessado no meu desabafo.

Apenas miava preguiçoso, enquanto me olhava com seus olhos amarelos.

_ Tudo está tão cansativo, mas logo vai melhorar, você vai ver. _ acaricio os fios negros do bichano que ronrona.

As músicas do rádio vão passando uma atrás da outra, eu mal dou importância, algumas eu até consigo cantar baixinho enquanto relaxo no meu quarto, mas nenhuma me prendia.

Foi quando a nossa música tocou...

Logo no primeiro acorde, xinguei mentalmente por ter tocado logo aquela, mas o sorriso também veio quase automático.

_ Amo essa música. _ murmuro enquanto deixo os ar escapar dos pulmões, como se estivesse preso por anos aquele ar.

Sabia a letra de cor, até meu gato sabia, pois vi ele fechar os olhinhos, apenas para ouvir também, ou então para dormir. Sem dúvida era a segunda opção.

E quando eu mesma fechei os olhos também, ouvindo palavra por palavra, também lembrei de cada palavra que disse, que escreveu para mim.

Noites intimistas nunca saem da memória, não é? É como uma tatuagem que nos é colocada, onde cada sorriso, promessa e palavra se torna palpável em nós.

_ Não existem muros quando estou com você _ eu te escrevi uma noite.

_ Aqui eu sou eu, só eu. _ Você respondeu naquela noite de janeiro.

Cada madrugada daquela significou mais para mim do que pude expressar em tantas palavras que quase disse, que nunca disse.

Mas que eu sempre quis dizer.

Imaginei por um segundo que você estava na minha frente, naquela cadeira de madeira que está perto da minha cama, seus olhos me fitando com seu sorriso debochado.

Eu diria que você é tornou coisas diferentes para sempre.

Ou talvez apenas riria nervosamente, como uma idiota.

A música diz;

"Por que a noite pertence a nós ;

A noite pertence aos amantes"

E isso me deu mais coragem do que pude pensar em ter, e quando a música acabou, abri os olhos assustada, meu gato já adormecia, e eu estava totalmente só ainda, o tempo pareceu passar, foram mesmo apenas quatro minutos de musica?

Vi meu celular na estante, a bateria do celular quase no fim...

_ 5% de bateria, que merda! _ murmurei irritada, mas ainda sim peguei ele nas mãos, trêmula.

Eu tinha pouco tempo para pensar, a música, cada linha dela martelava em mim.

Seu contato, nunca fixado, mas sempre fixado em mim, clicado de forma nervosa, fiquei olhando as mensagens anteriores.

_ Tocou nossa música agora há pouco. _ escrevi e enviei, mesmo sem contexto, sem introdução.

22:00 da noite, enviada.

22:30, 22:40, quase 23 reais horas e nada.

O celular estava morrendo, e eu desisti que seria aquela noite.

Do nada um Plim.

_ Aquela música?

_ Sim.

_ Eu sempre lembro de você também.

Aquilo foi tudo que eu precisava ler.

Sorrio, e sinto algo me invadir, o celular escurece de vez.

E quando eu quase sonho com você, antes de fato dormir, aquela música toca de novo em mim.

A noite sempre será nossa, sempre pertencerá a nós, no final.

_

❖❖❖
Notas de Rodapé

É isso.

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