Depois de ter passado um dia inteiro atormentado pela doença, me deitei.
Mas não conseguia dormir. Então toquei a sineta chamando pela enfermeira.
Ela, a enfermeira, tinha sido contratada para estar à minha disposição.
Lá veio ela. E entrou pelo meu quarto pisando muito mansamente.
Ao me ver, perguntou:
- O que é?
Então ela observou bem, e viu. Viu que não era a doença que me afligia.
O que era então? Não hesitei e confessei:
- É a saudade, que sinto.
Ela, coitada, me disse então:
- Fique quietinho, que você dorme.
Então eu vi, tinha ido longe demais.
E isso já vai anos qlue aconteceu. Estou me lembrando agora.
E nunca mais, até hoje, desde então eu não pude me esquecer.
E quando o meu sono demora, eu me lembro e me digo:
- Meu caro, fique quietinho, que você dorme.
E não é que eu durmo mesmo. Devemos sempre reconhecer o bem que nos fazem.
E ao me lembrar da frase da enfermeira, quando meu sono demora, eu durmo logo.
E só vou acordar na manhã seguinte.
E o médico me curou da doença. Que bons profissionais eram.