Quando um Homem e uma Mulher se Amam
Aristides Dornas Júnior
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 25/08/25 07:17
Gênero(s): Romântico
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min a 3min
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Palavras: 364
[Texto Divulgado] "Desejo Insano — Versão Hot" No camarim número 6, entre espelhos quebrados e fantasias rasgadas, Rafael ainda veste a pele do monstro — literalmente. Quando Dênis, o produtor, entra no recinto, o que começa como provocação teatral se transforma em um ritual de instintos primitivos. Desejo Insano é um conto de terror queer onde o medo e o desejo se confundem, e o palco se torna território de caça. Quando a luz apaga, não há mais personagem — só carne, suor e pulsação.
Livre para todos os públicos
Capítulo Único Quando um Homem e uma Mulher se Amam

Eu estive ausente porque quando eu ia escrever tive de sair para um encontro.

E o encontro aconteceu. E foi muito mais que satisfatório. Me deixou feliz.

Fui e a vi. Ela veio de lá e me cumprimentou. Nenhum de nós sabia o que ia ser.

Eu a cumprimentei e a convidei a se sentar. Ali na mesa de bar.

E começamos a conversar. Eu olhei nos olhos dela.

Ela notou e disse:

- Há quanto tempo, hein?

- Você está com saudades?

Ela pareceu pensar e falou num repente:

- Tirou a pergunta dos meus lábios.

- É, porque eu estou. Estou com saudades.

E ela, parecendo se lembrar:

- Quer dizer que marcou?

Havia muitos anos que não nos víamos. Eu não deixei por menos:

- Claro que marcou.

Ela que não era uma mulher idiota:

- É, mas agora eu sou muito mais experiente.

Para mim ela dizia aquilo sem vergonha. Tinha sido minha namorada.

E ela tomou a palavra a seguir:

- Você também teve suas experiências. Já pode dizer qual sua mulher ideal.

E eu disse:

- Claro, para mim a mulher ideal é a mulher companheira.

Ela riu muito. De modo que fiquei em dúvida.

- Porque se ri?

- Eu quis ser a mulher companheira.

E eu a olhei. E como ela estava bonita.

- Mas naquela época éramos muito novos.

Ela tomou um gole de coca-cola. E me disse:

- Eu sempre quis um homem maduro, experiente.

Eu não titubeiei:

- Maduro eu não poderia ser naquele tempo.

E ela me disse:

- E você me amou?

- Não completamente.

Os tempos agora eram outros.

- E o que você chama de amar completamente?

Eu como homem ali, não pude responder.

Ela me tomou pela mão e no fundo do seu olhar parecia dizer:

- Eu ainda te amo.

Eu então perguntei:

- É verdade que o amor existe?

Ela me olhou nos olhos.

- Existe. Mas exige encontro de almas e corações.

E eu fui fundo:

- O amor torna-se perene no encontro de corações e mentes.

- Você está se referindo a que? - perguntou ela.

Eu:

- À presença de nossos corpos. E ao real acontecer.

Ela:

(Silêncio.)

E quando um homem e uma mulher se amam o que acontece é que se encontram.

Onde? No diálogo.

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Comentários (1)
Postado 01/10/25 08:54

Que texto honesto e precioso! Gostei muito!

Espero que o encontro realmente possa ter acontecido e me pergunto:

"Como seria se eu me encontrasse com alguns amores que marcaram minha própria história?"

Obrigada por compartilhar seu texto conosco.