Até o Fim (Revisado) (Em Andamento)
Angel
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Tipo: Romance ou Novela
Postado: 20/09/25 21:49
Editado: 23/09/25 19:39
Qtd. de Capítulos: 3
Cap. Postado: 20/09/25 21:49
Cap. Editado: 23/09/25 19:39
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min a 3min
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Comentários: 1
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Palavras: 452
[Texto Divulgado] "Desejo Insano — Versão Hot" No camarim número 6, entre espelhos quebrados e fantasias rasgadas, Rafael ainda veste a pele do monstro — literalmente. Quando Dênis, o produtor, entra no recinto, o que começa como provocação teatral se transforma em um ritual de instintos primitivos. Desejo Insano é um conto de terror queer onde o medo e o desejo se confundem, e o palco se torna território de caça. Quando a luz apaga, não há mais personagem — só carne, suor e pulsação.
Não recomendado para menores de dezesseis anos
Até o Fim (Revisado)
Notas de Cabeçalho

Essa é uma Revisão de uma história já publicada aqui.

Prólogo Até o Fim (Revisado)

"Hoje o sol não brilhou.

"Os pássaros silenciaram.

Os risos se extinguiram.

E as lágrimas tombaram sobre meu rosto.

O coração, este, sangra em silêncio."

05.01.2010

Os olhos cor de ônix de Peter estavam cravados no espelho, fitando um reflexo que já não lhe pertencia. O terno negro moldava-se ao corpo esguio, ressaltando-lhe a firmeza dos músculos, mas em nada lhe conferia vaidade. O cabelo, disciplinado e penteado para trás, não era capaz de resgatar a dignidade que o semblante lhe roubava: pálido, abatido, com olhos vermelhos e inchados, denunciando a vigília de uma noite em claro.

O sorriso largo, outrora sua marca, havia desaparecido, sepultado sob o peso da dor.

Naquele dia, alegria era uma palavra profana.

Frustrado, ele lutava contra a gravata. Não pela falta de habilidade, mas porque a mente vagava — perdida em um luto que não lhe permitia sequer prender-se ao gesto mais banal.

— Você já está pronto? — a voz feminina rompeu o silêncio às suas costas.

Pelo espelho, Peter encontrou o olhar da jovem. Engoliu em seco, desviando para a própria imagem.

— A gravata... não consigo — confessou, num sopro quase inaudível.

O reflexo dela esboçou um sorriso frágil, e logo os passos hesitantes a conduziram até ele.

— Deixe-me ajudá-lo — murmurou, erguendo as mãos delicadas para desfazer-lhe o nó imperfeito.

Peter acompanhava-lhe cada traço: a mandíbula retesada, os olhos marejados que a franja não conseguia esconder, o vestido negro que, embora fosse cor favorita da jovem, naquela ocasião carregava um peso fúnebre. Ele sabia: Victória passara a madrugada em prantos. Tentara sufocar os soluços, mas ele os ouvira. Cada um deles.

— Pronto — disse ela, ajeitando-lhe a gravata com uma voz embargada.

— Obrigado — murmurou, num fio de voz.

Ela tentou sorrir, mas os lábios tremiam e cederam à torrente de lágrimas que lhe desciam abundantes pelo rosto.

— Estão... — ela soluçou, afastando-se dele — estão nos esperando lá embaixo. Eu... eu sinto tanto — sussurrou, antes de virar-se e desaparecer pela porta.

Peter permaneceu imóvel por um instante. Então, encarou o espelho mais uma vez. O reflexo devolvia-lhe um semblante vazio, olhos carregados de um peso inominável. Ao lado, sobre a cômoda, um porta-retrato. A imagem congelada de um sorriso radiante ao lado de uma jovem. Um sorriso que agora lhe parecia uma relíquia, distante e inalcançável.

Sentiu-se estrangeiro diante da própria vida: incapaz de reconhecer-se no garoto da fotografia, mas também no homem esgotado do espelho.

Impulsionado pela dor, agarrou o primeiro objeto que encontrou e o lançou contra o vidro. O estilhaço rompeu o silêncio e espalhou-se em mil cacos reluzentes pelo chão.

Peter apoiou-se no batente da porta. Uma lágrima quente deslizou silenciosa por sua face exausta. Assim como o espelho quebrado diante dele, Peter Bonneville estava em pedaços.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Espero que gostem desse novo estilo.

Apreciadores (1)
Comentários (1)
Postado 10/10/25 02:16

Curiosa em saber o que aconteceu... Seguindo em 3, 2, 1...

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