Na penumbra de um laboratório escondido nas profundezas de uma mansão gótica, o cientista Dr. Victor Malthus, adepto da magia negra e das forças ocultas, preparava-se para realizar um experimento que desafiava os limites da moralidade e da ciência. Em um canto escuro do laboratório, um colchão ensanguentado e deteriorado repousava, testemunha silenciosa de um crime hediondo. Foi ali que o cruel assassino Alaric havia sido baleado e morto anos atrás.
Dr. Malthus, com os olhos brilhando de excitação e loucura, adentrou o pentagrama cercado por velas negras e vermelhas. Recitava feitiços antigos em aramaico. As palavras ecoavam pelo ambiente, carregadas de poder e malícia. À medida que os encantamentos ganhavam força, o ar tornava-se denso, com cheiro de enxofre e carne queimada. Sombras grotescas emergiam das paredes, acompanhadas por sons guturais medonhos. O homem pegou um punhal de prata e fez um corte na mão direita, vertendo sangue sobre o colchão.
O sangue seco começou a se mover, como se tivesse vida própria. Gotas se uniram, formando uma poça vermelha que serpenteava pelo tecido.
De repente, o sangue começou a criar vida. Nervos emergiram do líquido viscoso, seguidos por ossos, músculos e tendões. A transformação era grotesca e fascinante ao mesmo tempo. Alaric, o assassino cruel, estava de volta do inferno — mas não como antes. Seu corpo era uma aberração de músculos expostos, sem pele, pulsando com uma fome insaciável por morte e destruição.
O estado do colchão, ensanguentado e deteriorado, criava uma atmosfera grotesca que evocava repulsa e fascínio.
À medida que Alaric se levantava, seu corpo coberto de sangue — sinal da transformação — exibia um olhar insaciável e predatório. Sua nova identidade como entidade demoníaca estava clara.
Dr. Malthus observava com um sorriso sinistro, satisfeito com o sucesso de seu experimento. Alaric, agora uma criatura além do humano, movia-se com agilidade sobrenatural. Seus olhos vazios fixaram-se no cientista, e ele avançou, faminto por vida e poder.
A cena era carregada de tensão, capturando tanto o horror quanto a fascinação. Alaric, em sua forma monstruosa, representava o tema central que explorava os limites da dor, do prazer e das ambições sombrias. Ele não era mais apenas um assassino; era uma entidade demoníaca, uma aberração sedenta por morte para regenerar seu corpo e assumir o poder.
Dr. Malthus, ciente do perigo que havia libertado, pegou um revólver na gaveta e tentou intimidar a criatura com tiros, mas Alaric era implacável.
Com um movimento fulminante, ele agarrou o cientista. Suas mãos ensanguentadas deixaram marcas rubras no jaleco branco, como se fossem selos de um destino sombrio. O grito de Malthus ressoou pelo laboratório, mas foi rapidamente abafado — como se a própria ciência temesse o que estava prestes a acontecer.
A criatura sedenta, ao tocar o cientista, envolveu-o em um abraço mortal, sugando seu sangue com voracidade insaciável. Em um instante, o corpo do homem se transformou em uma mera casca de pele e ossos. A expressão de terror congelada em seu rosto era um testemunho silencioso da brutalidade que acabara de presenciar.
Alaric, sentindo-se mais poderoso do que nunca, emergiu do laboratório, deixando para trás um rastro de sangue e morte.
A cidade logo sentiria o peso do terror que sua presença impunha, e a lenda do assassino renascido se espalharia como um incêndio voraz, semeando pavor e destruição a todos que ousassem cruzar seu caminho.
Tririm... tririm... Às 6h30, o telefone soou insistentemente. Alaric imediatamente atendeu.
— Bom dia, Dr.! O senhor virá para o estágio hoje na faculdade? Podemos buscá-lo?
— Sim, estou aguardando...
Jhony se apressou para tomar banho e se vestir, preparado para levar o Dr. Malthus à faculdade. Seu assistente era excepcionalmente prestativo.
Quando Jhony chegou, chamou à porta, pois tinha a chave do portão.
— A porta está aberta, entre!
Ao adentrar o ambiente, algo estranho chamou sua atenção: tudo estava revirado.
— Dr. Malthus! O que aconteceu aqui?
— Pode subir, Jhony!
Os degraus da escada que levava ao segundo andar eram curtos, mas o assistente subiu apressado, quase perdendo o equilíbrio. Ao abrir a porta do quarto, foi surpreendido por Alaric — ou pelo que restava dele. Uma criatura horrenda, com músculos expostos e sem pele, ainda sangrando.
O jovem ficou paralisado de medo ao ver o corpo do Dr. Malthus transformado em algo que se assemelhava a um maracujá seco.
— O que você fez com ele? O que você é?
— Eu serei você, seu tolo — disse Alaric, partindo para cima do rapaz.
Tentando fugir, Jhony foi rapidamente agarrado por Alaric, que o puxou pelo braço, drenando sua energia vital. O abraço sufocante drenava não apenas sua vitalidade, mas também sua inteligência e conhecimento.
Alaric, alimentando-se da juventude do assistente, absorveu sua vida e assumiu sua aparência.
Transformando-se em um metamorfo, Alaric agora dependia de drenar a energia de seres humanos para sustentar sua existência obscura.

