Desejo Insano — Versão Hot
Robson Pinheiro Cruz
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 09/10/25 18:15
Avaliação: Não avaliado
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Não recomendado para menores de catorze anos
Notas de Cabeçalho

Título:Desejo Insano — Versão Hot

Autor:Robson Pinheiro Cruz

Data:04/09/2024

Capítulo Único Desejo Insano — Versão Hot

No camarim número 6, o cheiro de maquiagem barata e suor recente pairava no ar, misturado com o cheiro adocicado de pelo sintético. Rafael estava ali, sozinho, ainda vestido com a fantasia de lobisomem — o peitoral largo coberto por uma camada grossa de pelos, a calça rasgada na medida certa para deixar à mostra a coxa definida.

Ele se olhou no espelho, passando a língua nos dentes falsos, quando a porta rangeu lentamente.

— Você ainda tá com a roupa? — perguntou Dênis, o produtor, entrando devagar, os olhos escuros cravados nas costas largas do rapaz.

— Eu gosto de entrar no personagem. — Rafael virou-se com um sorriso que era quase um rosnado. — Ou... talvez eu só esteja esperando você.

Dênis fechou a porta com um estalo seco. A tensão no ar era palpável, densa. Ele se aproximou com calma felina, como quem atravessa a floresta prestes a encontrar uma fera — ou domá-la.

— Você sabe que essa peça é sobre instintos. Medo... desejo... tudo misturado. — murmurou, passando os dedos no pelo do peito de Rafael. — E você, meu monstro, sabe exatamente como deixar o público hipnotizado.

Rafael segurou o pulso dele com firmeza, levando sua mão ao membro rígido feito estaca. Os olhos por trás da lente de contato âmbar brilharam, meio brincando, meio famintos.

— Talvez eu queira mais que aplausos hoje.

O silêncio seguinte foi interrompido só pelo som da respiração dos dois, cada vez mais próxima, mais quente. Dênis deslizou

— Então caça, animal. Me mostra por que eu te escalei pra esse papel...

a mão por dentro da calça, sentindo a cabeça rígida e melada, tocando a carne quente e pulsante do ator, e sussurrou:

— Então me mostra... o que um lobisomem faminto faz com quem toca nele nele.

Dênis mal teve tempo de reagir quando Rafael o empurrou contra o divã. O assento tremeu, e o som abafado do impacto ecoou pelo camarim, como se o teatro inteiro prendesse a respiração.

Os olhos de Rafael queimavam âmbar sob a lente, mas havia algo a mais ali. Algo que parecia... real. Selvagem.

— Você quer sentir minha ferramenta, sorver minha gala? — ele rosnou baixo, colando o corpo suado no de Dênis. — Mas aqui dentro, quando a luz apaga... sou eu quem caça.

Dênis arfou, sentindo os dedos de Rafael deslizarem por sua bunda empinada e lisa, abrindo seu botão por apertado com precisão de fera prestes a rasgar a presa. Quando o fecho da calça se abriu, o mastro rubro do lobisomem roçou contra o furico do produtor — quente, em riste, úmida. Um arrepio percorreu sua espinha.

Os lábios de Rafael se chocaram nos dele, famintos. A barba rala, molhada de suor e cola, raspava gostoso. Ele mordeu o lábio inferior de Dênis, deixando uma marquinha, e depois desceu, lambendo o pescoço como se degustasse.

De repente, o camarim inteiro pareceu mais escuro. As lâmpadas piscaram uma vez. Dênis não se importou. Estava entregue, as mãos apoiando o divã de quatro, os ombros largos do lobisomem, sentindo os quadris se encaixarem com força e ntre suas pernas. A tensão virou fogo. O medo virou desejo bruto. — Grita, se quiser — sussurrou Rafael, os dentes falsos agora parecendo... menos falsos. — Esse teatro será pequeno pra nós dois .

E então, ele empurrou o mastro melado, rasgando as entranhas , explorando o corpo do produtor como uma fera curiosa, faminta... perigosa.

Dênis arqueava o corpo, entregue. Cada estocada de Rafael era uma mistura de prazer e estranheza — como se a língua dele estivesse mais áspera... quente demais. As luzes do camarim tremeluziam num ritmo errático, como se respondessem ao calor entre os dois.

Rafael estava ajoelhado agora, com as mãos fortes segurando as coxas de Dênis. A respiração dele saía em baforadas pesadas, como se algo dentro dele estivesse crescendo... mudando. E não era só tesão.

— Tá sentindo isso também? — sussurrou Dênis, entre um gemido e um calafrio.

Rafael ergueu o rosto, os olhos brilhando em um tom dourado intenso, e sorriu — só que agora, os dentes não eram mais cenográficos. Caninos pontudos. Reais. Uma gota de saliva escorreu do canto da boca, pingando quente nas costas do produtor.

— Tá ficando difícil fingir que é só teatro — ele disse, a voz mais rouca, mais grave, vibrando com algo... sobrenatural.

Dênis, mesmo excitado até a alma, sentiu o medo misturar-se ao prazer. Mas ao invés de recuar, ele soltou uma risada abafada:

— Então deixa o monstro sair... mas goza comigo antes de me devorar.

Rafael grunhiu, um som gutural que reverberou no ar. Então voltou ao trabalho — com a língua, com os dedos, com o quadril que roçava no chão, impaciente. O calor era insano. O camarim inteiro parecia suar. E lá fora, alguém passou correndo pelo corredor e parou, ouvindo os sons. Gemidos. Estalos. Risos abafados. Rosnados.

Mas não ousou bater na porta.

Lá dentro, o produtor de teatro gemia o nome do monstro que ele mesmo ajudou a criar.

E Rafael... ele não estava mais atuando.

A respiração de Dênis virou um tremor contínuo, cada centímetro do seu corpo tomado por uma eletricidade quente, crua, irresistível. Os olhos dele estavam fixos nos de Rafael — ou melhor, naquilo em que Rafael havia se transformado.

O peitoral se expandia e contraía com violência, coberto de pelos que agora pareciam parte da pele. As mãos... garras. Mas firmes, gentis na medida certa, brutas na dose exata.

O calor entre eles chegou ao ponto de febre. Rafael deslizou por cima do corpo de Dênis, pressionando-o contra a bancada de camarim, onde os potes de maquiagem tombaram como testemunhas silenciosas do ritual carnal. O divã estava completamente encharcado de suor e liquido seminal de Dênis.

— Agora você entende... por que monstros não deviam ser domados — murmurou Rafael, a voz carregada de desejo e escuridão.

Dênis mordeu o próprio lábio até sangrar — e o gosto do medo se misturou ao prazer em sua boca.

Então, num movimento único, brutal e preciso, Rafael soltou um uivo derramando jatos quentes de porra dentro do ânus de Dênis, escorrendo e sangrando, parecendo jatos de leite quente. O gemido que escapou de Dênis foi rouco, profundo, em extâse. O som preencheu o camarim. Preencheu o teatro. Preencheu os dois.

Tudo vibrou — luzes, carne, sombras.

A realidade se dobrou ali, naquele instante, onde o prazer tocou o terror e os dois viraram um só. O clímax veio como uma explosão silenciosa, como um uivo engolido na garganta.

E por um momento... tudo ficou quieto.

Na porta do camarim, alguém escreveu com o dedo no vapor do espelho:

"A peça ainda nem começou."

❖❖❖
Notas de Rodapé

Este conto faz parte de uma série literária que explora o terror sob uma lente queer, onde o sobrenatural serve como metáfora para os desejos reprimidos, os medos íntimos e a libertação dos corpos. Desejo Insano não é apenas sobre monstros — é sobre o que acontece quando deixamos de fingir que não somos um.

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