(Mano)ella (Em Andamento)
Shizu Devastir
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Tipo: Romance ou Novela
Postado: 20/03/17 07:27
Editado: 10/06/17 21:12
Qtd. de Capítulos: 4
Cap. Postado: 01/04/17 15:53
Cap. Editado: 10/06/17 21:12
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 5min a 7min
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Palavras: 958
Não recomendado para menores de dezoito anos
(Mano)ella
Cartapácio, capítulo 3 Começo do domingo

É engrado como passou rápido essa semana.

Já é domingo... E que domingo! Uma frente fria chegou, ou seja, o outono está próximo. Será que sou friolenta demais? Já estou de moletom, pantufas e tomando chá quentinho... Será? Não importa. Olhar o Carlos pela janela, já me esquenta muito.

Mas é tão cedo. Por que ele levantou a essa hora? Será que ele vai ir a igreja? Deve ser isso...

-Por você, eu até iria na igreja hoje... -suspiro. -Nunca daria certo. Eu te quebraria antes que chegasse a amar-me... -deixo a janela.

"Como está claro! Minha casa costuma ser mais escura..."

Um prato quebrasse na cozinha, logo em seguida um copo, talheres jogasse; todos suicidam-se, pulando da pia.

"... E mais silenciosa."

-Que barulheira foi essa? -tremo, pensando ser aquele que me assombra o sono.

Pé por pé, lentamente, vou até a cozinha. E lá estava, em cima da pia, um gato preto e branco com uma orelha sangrando por estar cortada ao meio. Pobre animal, parece faminto.

-Você gostaria de um pouco de leite? –aproximo-me da geladeira, olho-o: -Pelo olhar, sim –sorrio de canto.

Incrível, parece até que ele entendeu-me. Animais lembram o que o ser humano já esqueceu, eles não esquecem como se escuta os outros.

Coloco em cima da bancada central do cômodo um prato com leite. Empurrando para o mais perto do pequeno e magro animal. Este pula para o móvel e começa a beber o leite, desconfiado. Mantendo os olhos graúdos sempre em mim, cuidando cada movimento.

Esse olhar me lembra um outro olhar (malicioso).

Aquele que me assombra me olhava de baixo para cima, ajoelhado diante de mim. Suas mãos em minha bunda, segurando firme. Seus lábios, beijando suave minha calcinha. Preste a me excitar... Para depois, me humilhar; matar (mais um pouco); iludir (com palavras bonitas ou nem tão)... Tudo para satisfazer seus luxos...

-Miuuuh? -chama o felino.

-Você tem razão... -limpo a lágrima que caiu. -Eu estava chorando.

O pequeno animal aproximasse da minha mão que está sobre o balcão, e esfrega o queixo. Ainda mantendo os olhos em meus movimentos. Que desconfiado!

-Que tal a gente cuidar desse machucado? -recua dois passos. -Não seria legal se ficasse pior... -volta para perto e senta, como se disse: "-Realmente..."

-Vou pegar o kit de machucados, já volto. Fique aqui...

Que mundo doido. Estou preocupada com um animal que mal conheço. Acho que gosto dele... Será que ele gosta de mim?

Tenho que subir para o segundo andar e ir até o banheiro. Por que eu deixo lá esse kit?

...

Verdade! Tenho que cuidar dos meus machucados e cortes, depois do banho... É tão fácil entrar em depressão, atualmente. Pena que o meu problema é outro.

-Achei! –animo-me. -Agora é descer e cuidar do gatinho –escuto o som de uma lâmina afiada cortando o ar e mais alguma coisa.

Como posso gostar tão fácil de um animal?

Corro, quase caindo, nas escadas para chegar rápido a cozinha.

Me coração para... Quando vejo o gato, ainda, inteiro.

-Que merda! -acalmo meu medo. -Achei ter escutado algo, fico feliz que esteja bem –solto o ar, em sinal de alivio.

-Sério? Que fofo dá sua parte... -uma risada cruel ecoa.

Viro rápido. Escondendo o pequeno ser.

Lá estava, a fonte dos meus pesadelos...: -Vitor...!?

Um corpo jovem de músculos semidesenvolvidos, cabelo cortado a tesoura e tingido de cinza-azulado, botas de cano alto e escuras (parecidas com as que te dão no exercito militar ou as que os policiais usam), calça preta, camiseta branca com uma jaqueta de jeans negro, quatro brincos na orelha direita e na esquerda três e uma argola, uma tatuagem (das várias) visível: uma carinha sorrindo. Este é o corpo do maior "monstro" que conheço.

-Como está? Parece bem. Desde que fugiu... -come uma laranja. -Espero que não se importe, estou com muita fome –exalta a palavra fome, eu sei bem "porque".

-O que você quer?

Começa rir... Estremecendo toda a casa em agonia. O bichano começa a erguer seus pelos e mimar: -Calma, meu amiguinho... Está tudo bem... -eu minto até nas horas mortais. -Deixe-me cuidar dele e coloca-lo no quarto...

Em um fleche ele já está em minha frente com sua mão quadrada em meu queixo, segurando firme e forte.

-Por favor... -sussurro.

-Não. Vamos fazer assim: Eu vou embora e volto a noite... Aceita? -sorriu de canto, olhando fixo meu rosto amedrontado.

Só balanço a cabeça em aceitação.

-Cadela! Diga "ACEITO"!! Sabe que é assim que funciona! -diz rude. Desce a mão do queixo para o pescoço, e leva a outra para o mesmo local. Lentamente começa a apertar...

-Ah! EU ACEITO! EU ACEITO! ME SOLTA... -coloco minhas mãos em seus braços que me enforcam.

-Só mais um pouco... -um sorriso cola em seu rosto.

-Para... Vai me ma...matar... -o ar está acabando.

-Não vai ser a primeira vez.

Por extinto, dou um pequeno salto e o chuto com os dois pés. Batendo minha cabeça no armário. Fazendo, ele cair por cima de mim. Caindo, ambos, no chão. Respiro fundo e desesperada. O gato sai correndo para sala, me deixando menos preocupada.

-Amo essa sua rebeldia. Me dê um beijo... -aproximasse.

"Acabou de tentar me matar! E quer um beijo, seu doente de merda!"

Viro meu rosto. Recusando dar ou receber "um beijo".

-... Ram! -puxa meu rosto e pegar seu pedido a força. Rapidamente, já está na porta que liga a cozinha ao jardim dos fundos. -Bem... Eu volto a noite –some.

Levanto e vou procurar o felino aos prantos. Quando passo da cozinha para sala, vejo o animal sentado no sofá esperando: -Que bom. Você está bem... -despenco, ajoelhando-me.

"[...] Corpo jovem, alma velha. Intenção desconhecida, personalidade explorada. Medo experimentado, graças a ele... O meu pesadelo. [...]"

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