às vezes a minha ausência me dói
e são nessas circurtâncias em que descubro
o peso de todos os meus vazios.
em alguns momentos
me sinto tão longe
de mim
que tenho a impressão de que sou outra pessoa
e me pergunto se sentir no reflexo do outro,
torna o meu sofrimento menos palpável
e um pouco mais gentil com o meu coração.
de vez em quando,
sinto que sou uma sombra de mim mesma
assistindo os acontecimentos da minha vida de baixo,
rastejando pelo chão como se estivesse cansada demais para me manter em pé
e vulnerável a qualquer coisa que me abrace fora das sombras.
eventualmente,
costumo me
p
e
r
d
e
r
em mim,
como-se-eu-fosse
uma/bagunça/grande/demais
para-ser-arrumada.
nesses dias,
tento ficar o mais distante possível,
pois sinto que posso esquecer
o quanto meus fracassos me machucam,
o quanto meus erros me frustram
e o quanto abdiquei de tantas para, no fim, me tornar o meu próprio “lugar nenhum”.