A estrada à sua frente é escura e nebulosa, a luz dos faróis iluminam as listras brancas que cobrem o asfalto. O rádio sintoniza as batidas e os sentimentos explodem a cada palavra cantada pelo artista.
O vento frio que invade as pequenas frestas das janelas, torna-se a sua única companhia e as gotas de chuva que enfeitam o parabrisa, brilham.
Sem saber se segue velozmente pelo caminho ou tem a cautela como sua melhor amiga, investiga cada possibilidade da tão esperada linha de chegada.
Na companhia de um coração acelerado pela adrenalina de erros que não cometeu. Na agonia dos pedidos de desculpas que não lhe pertenciam.
Mas essa seria a última vez, pois, ir embora numa estrada nebulosa sempre é um caminho sem volta, decidiu dizer adeus sutilmente e não voltar atrás. A escuridão é assustadora, mas, o vento frio que lhe sopra, traz a sensação de liberdade.
E ainda há quem diga que está perdida, que é a própria tempestade, e talvez seja...
Não se brinca com a tormenta, só saia pra ver a chuva se estiver disposto a se encharcar.
Viajar por esse caminho dói, mas, ao menos é real. Ela sabe que eles não entendem, mas agora isso não é mais um problema.
Escolheu não viver atormentada pelas indecisões.
As chamas em seus olhos queimam... Amar é para sempre e essa é a verdade pela qual ela lutou.
Talvez nesse momento tudo faça sentindo e agora que são somente estranhos, já pode dirigir pela estrada devagar e em paz.
Gostaria de pronunciar o tão aguardado pedido de desculpas, mas ela não sente muito.