O Laço de Miguel.
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 13/12/22 23:29
Gênero(s): Drama
Tags: Sim
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 8min a 11min
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Palavras: 1372
[Texto Divulgado] "Esperança do amanhecer." Todos nós esperamos - com muita fé - que o amanhecer chegará. Mas o que fazer enquanto isso?
Não recomendado para menores de catorze anos
Notas de Cabeçalho

O laço do Miguel, é um conto que mostra como as crianças não compreendem a maioria das vezes o que os adultos estão a fazer.

Mesmo estando mesmo estando diante de uma cena de suicídio a garotinha consegue imaginar que aquele laço para amarrar uma girafa.

Capítulo Único  O Laço de Miguel.

O Laço de Miguel.

Em pequeno lugarejo, da terra cujo nome foi Coité, morava a menina Maria que andava sempre na ponta do pé. A menina Maria gostava muito de desenhar e, sempre, ganhava dos seus familiares: Coleção de Lápis; Caneta Esferográfica; Caderno de Desenho; Folha de Papel Sulfite e Papel Jornal. Inclusive, Maria, aproveitava a parte branca detrás dos santinhos de políticos para desenhar.

Sempre, a menina desenhava muito, colocava seus sonhos no papel. Fazia desenhos de seu próprio imaginário: Uma casa bonita com Jardim cheio de flores; Ela voando junto com os pássaros; Os sonhos de correria e brincadeira com outras crianças, pois ela sendo deficiente e podia brincar de "tica" com as outras crianças; Também, fazia desenhos engraçados como ela mesma; O boi da carroça do seu vizinho, chamado "cravo branco" a menina também desenhou.

O curral da fazenda estava vizinho com a casa da Maria, ficava com a porteira para frente do seu quintal, o gado e os vaqueiros passavam por lá.

Maria ficava na varanda da casa observando e ao mesmo tempo desenhando. Naquela fazenda morava uma família muito grande, o casal já tinha filhos adultos casados e, também, filhos crianças. As crianças daquela família brincavam com Maria com diversões que ela participava (contação de historinhas, bonecas, carrinho, escolinha, etc.).

No meio disso tudo tinha um rapaz chamado Miguel filho desse casal. O rapaz quando via Maria desenhando sempre olhar os seus desenhos pois achava engraçado e sempre sorria muito com o mundo imaginário da menina ao mesmo tempo que ele parecia entender o seu jeito de desenhar.

Maria mostrou ela montada no boi isso fez ele sorrir muito, Maria voando junto com os pássaros sentada nas nuvens ele sempre ria de sua imaginação. E vem no seu desenho correndo brincando de tica ele falou, a Maria se você não pode brincar de tica pode brincar de casinha de professora de várias outras brincadeiras com seus amiguinhos.

O importante é brincar enquanto a gente é criança, depois que crescemos o mundo dos adultos é muito chato não podemos mais brincar mesmo tendo vontade. E deu para a menina uma flor e saiu para trabalhar.

A bisavó de Maria comentava que o pai do rapaz tratava ele diferente sempre o gritava não podia ver ele parado você já fez isso fez aquilo cuida ele era bem explorado pelo seu pai também pela sua mãe mas do que os seus outros irmãos.

Um dia ele trouxe para Maria alguns selos de saco de ração que o verso onde se tinha a cola era branco mas não tinha mais cola tinha largado era papéis meio oval arredondado mas a menina gostou para desenhar passou o dia inteiro desenhando naqueles papel que o rapaz deu para depois no outro dia mostrar ele quando passasse para o curral.

Então, Maria estava brincando quando vi o rapaz passar e falou ``espera Miguel eu vou buscar os meus desenhos para você ver mas o rapaz não parou passou rápido e avó de Maria ficou olhando para o rapaz.

Maria não percebeu mas o rapaz estava chorando. Correu até dentro de casa pegou os seus desenhos desceu batente. Quando Maria ia passando na catraca do Curral sua bisavó olhou na janela lateral e gritou vai aonde mocinha. Eu vou ali no curral na cocheira aonde está Miguel mostrar meu desenho que eu desenho papel que ele me deu.

A bisavó de Maria falou tá certo pois ela estava observando da janela para o curral para cocheira, de onde ela tava ela via Maria. Quando Maria chegou na cocheira viu Miguel amarrando uma corda em forma de laço bem alta pois ele estava trepado em um cocho. Então, Maria percebeu que Miguel estava chorando e falou, "Gente grande chora?".

O rapaz respondeu: "Maria, o que você está fazendo aqui? Não é para você ter vindo para cá na cocheira. Agora me deixe só, eu não quero conversar".

- Trouxe meus desenhos para você olhar - insistiu a menina - segurando umas folhas de papel.

Então, o rapaz resolveu olhar os desenhos da menina. Sentou no chão junto com ela e ficaram observando os desenhos.

- Maria! Um desenho de você subindo em uma rede armada no topo daqueles coqueiros que ficam na frente de sua casa.

- Quando eu tô deitada na rede na sala, penso, queria armar minha rede ali nos coqueiros para ficar bem alta, assim, balançaria junto com as palhas de coqueiros.

O rapaz olhando o desenho, começou a sorrir, achando engraçado, "esse outro desenho é o quê?".

- É você. Miguel correndo atrás do bezerro para laçar, separar da vaca e tirar o leite da vaca.

O rapaz começou a rir com gargalhadas altas.

- Esse aqui é minha mãe no terreiro com uma grande vassoura igual ela faz. Tudo você desenha Maria!

Conforme passavam os papéis desenhados, havia muitos desenhos da menina, entre tantas pinturas e algumas chamaram atenção: Tinha umas galinhas comendo no curral junto com as vacas; Tinha uma goiabeira cheia de goiabas; No último desenho que o rapaz encontrou tinha um homem abraçando outras pessoas.

Aí ele perguntou: "Maria e esse último quem é"?.

- É Deus. Minha avó falou que ele é um homem que abençoa e abraça todo mundo, do mais pobre ao mais rico. Assim, respondeu a menina.

O rapaz ficou pensando um pouco em silêncio. Então, a menina perguntou: "Essa corda tão alta com esse laço é para amarrar uma girafa? A girafa tem pescoço longo, você sabia? Eu acho que os bois não alcançam aí, só uma girafa?".

- Não, Maria! Não era para amarrar uma girafa, era para amarrar um besta.

- Um besta?, perguntou a menina sem entender nada.

- Sim, Maria. É para um besta mesmo. Respondeu o rapaz subindo no cocho e desamarrando a corda no caibro do teto da cocheira.

A menina naquele momento não entendeu nada, pois era ainda muito criança.

E, o rapaz falou, "talvez eu possa fazer como você desenhar minha vida e seguir em frente. Eu vou me matricular hoje na escola de noite e vou começar a estudar, meu pai queira ou não. Eu tenho sonhos e vou lutar por eles. Maria, você hoje foi um anjo na minha vida, muito obrigado. Agora, vai para casa que eu vou buscar o gado para colocar no curral e correr desse jeitinho do desenho atrás dos bezerros para separar da mãe para amanhã tirar o leite bem cedinho".

A bisavó de Maria continuava na janela olhando a menina que estava na cocheira.

De onde a bisavó de Maria estava tinha uma pilastra no meio e não dava para ela ver que o rapaz tinha amarrado uma corda. Maria foi para casa e sua bisavó perguntou: "Miguel estava chorando quando você chegou? Por que ele agora está sorrindo?".

A menina respondeu, "sim vozinha ele estava chorando e amarrando uma corda com laço bem alto. Eu pensei que era para amarrar uma girafa e ele falou que era para amarrar um besta. Mas, ele tirou a corda e foi buscar o galo para colocar no curral".

A senhora falou, "Jesus! Já vi tudo, tenho que conversar com esse rapaz. Às vezes, ele me parece triste. Ou melhor, talvez, tenho que conversar com o pai dele para ver se aquele homem toma jeito".

Miguel foi estudar à noite o supletivo na escolinha que tinha naquele lugar. Enquanto ele morou naquele lugar, ele não deixou de estudar. E, parecia mais feliz, o rapaz era diferente da maioria dos seus irmãos, porquê não gostava de bebida alcoólica, enquanto todos daquela família gostavam de beber.

A última vez que Maria ouviu sobre ele, soube que era um pastor evangélico e tinha uma família com esposas e filhos, realizado como um homem muito feliz.

(Ah! Eu preciso dizer que Maria não entendeu o que estava acontecendo, pois naqueles tempos era criança. Só, muito tempo depois entendeu o motivo daquele rapaz ter colocado aquele laço tão alto, na época pensava ser para uma girafa que seria amarrada por ele.).

Ele foi embora da fazenda e, somente, anos depois Maria amadureceu em compreensão daquele acontecimento do passado. Assim, Maria percebeu o porquê daquele dia em diante ser chamada por ele de "meu anjo".

Conto escrito por mim, Vera Lúcia Batista Aguiar, baseado numa história real.

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Notas de Rodapé

Maria percebeu o porquê daquele dia em diante ser chamada por ele de "meu anjo".

Conto escrito por mim, Vera Lúcia Batista Aguiar, baseado numa história real.

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