eu odeio despedidas.
quando nos desencontramos nos caminhos dessa vida, você não me deu tchau. você também odeia despedidas.
mas, se as odeia, por que foi embora? por que resolveu me deixar, sozinha, e partir, sozinha?
pior ainda, por que mente? a quem mente? para mim? para você? para todos? eu e você sabemos, ao menos eu sei.
como ousa dizer que fui eu quem fui embora quando você me virou suas costas e partiu sozinha? esperava que ficasse aqui, solitária (não que não esteja acostumada com isso), parada, esperando por algo como sua volta ou um milagre?
quando você se afastou eu também fui embora, mas não fui a primeira (e quem sabe nem a última). mas eu disse tchau antes de sair, mesmo que você não estivesse aqui para ouvir.
odeio despedidas, mas elas são necessárias como é necessário seguir em frente. caminhar é um pé na frente do outro e, para seguir um passo adiante, é necessário despedir-se de onde está. e esta é a diferença primordial entre nós: eu odeio as despedidas, mas faço questão de fazê-las, enquanto você parte sem sequer dizer tchau. e essa é a única coisa que eu odeio mais que despedidas.