Ali está aquele homem. É um homem que acabou de se converter a Deus. Há semanas que fez isto. Hoje está pensando na vida. Eu sei porque conversei com ele há pouco. E o que ele me disse? Nada de aparentemente muito importante. Vejam:
- O amor existe.- disse-me ele.
Eu o olhei com seriedade. E ele não mudou de assunto.
- O amor existe, disse ele e continuou, eu era jovem e amava profudamente. Tinha um bom emprego. E ia assiduamente à casa de minha noiva. Noiva, ele me disse com seriedade, e confirmou:
- Eu tinha sérias pretensões de me casar com ela.
- E porque não casou?
- A vida é travessa. Um dia eu chego na casa dela e ela me diz:
- Já soube, está neste jornal aqui;
- O que? - ele me disse que perguntou a ela. E ela:
- Você perdeu o emprego.
- Mas já estou à procura de outro.
- Não, eu não vou ficar esperando. Olha há quanto tempo estamos noivos. - disse ela.
E realmente ela não esperou. No outro dia quando ele chegou para noivar, vejam o que aconteceu:
- Veja aqui, o que eu disse ontem? - e mostrou a ele o seu novo par.
Ele se foi. E concluiu; é realmente difícil conciliar estômago vazio com sentimento. Casar sem ter com o que nos sustentar, a mim e a ela.
Mas ela se precipitou.