Hoje eu me lembrei de mim.
Vivi e sofri, e como minha mãe
dizia: Quem sofreu é porque viveu.
Sofri principalmente por amor.
Me casei porém. E tudo foi tão
rápido que aqui estou divorciado.
Não que me seja incômoda a
posição de divorciado. Mas não
pouso de vítima de nada. As mulheres
da minha geração viveram lá as
suas dores. Eu também nunca
pousei de machão. As mulheres
que conheci, às vezes eram até
indecisas e outras já tomavam
suas decisões. Mas não estou me
desabafando, é que o mundo ainda
se compõe de homens e mulheres.
Este sou eu, conheci poucas pessoas,
mas o mundo televisivo abre janelas
para aquelas que ainda não viram.
Eu não sou contra nada e nem contra
tudo. A mim a solidão cabe com uma
luva. E eu chamo minha solidão de
solidão criativa. Porque é me ver
só, estou escrevendo. E me chamo
de poeta, contista e cronista. Pode?
Eu ia me escrever, mas estes escritos
tomaram outro rumo.