Me lembro de quando ela veio tratar o serviço. Ela mais olhou a casa do que me ouviu. E então ela disse:
- Quando quer que eu comece?
Eu lhe indiquei a data e ela falou:
- Tal dia eu estarei aqui.
Eu dei por combinado o serviço. E logo pedi a quem de competência que fizesse um contrato de serviço. Que eu e ela assinamos.
Ela começou. Teve um período de experiência. Terminado este, ela disse:
- Você custou a confiar em mim.
Eu ri um pouco. Mas logo vi que ela era uma mulher séria.
E fui observando o trabalho dela. Realmente ela trabalhava bem. Bem a frente eu veria.
Veria que ela era diferente. Hoje lá se vão anos. E ela firme no trabalho. Cumprindo os horários conforme o combinado.
Chega cedo e vai embora cedo também. Que esse negócio de explorar, mesmo no horário, não é comigo.
E hoje eu a chamo de:
- Secretária!
E ela sabe que é com ela. E me atende. Sabe as manias da casa, quer dizer minhas. Tem lá o horário dela de estar com as refeições prontas. E, por falar nisso, hoje já tomei meu café da manhã.
E vencido o horário final do dia, lá vai ela, a secretária. E ela tem uma filha.
Um dia, conversava eu com a filha dela:
- Sabe, eu acho sua mãe muito inteligente.
A filha, que fez o segundo grau, responde:
- Se tivesse estudado mais seria chamada de superdotada.
E eis que me aparece um estranho e me pergunta sobre ela. Eu digo a ele:
- Ela trabalha para esta casa.
E tudo acaba bem.