31 de Outubro
ssg
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 30/10/16 23:39
Avaliação: Não avaliado
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Este texto foi escrito para o concurso "Concurso de Halloween" No Concurso Oficial de Halloween da Academia de Contos, apoiado pela DarkSide Books, convidamos os participantes a escreverem textos no estilo "creepypasta", ou seja, obras detalhadas de terror escritas com o objetivo de assustar os leitores e deixá-los se perguntando o que é real e o que é ficção na história. Ver mais sobre o concurso!
Livre para todos os públicos
Capítulo Único 31 de Outubro

- Você acredita no sobrenatural? Acredita na existência de seres de outro mundo? Acredita que podemos vê-los ou que eles podem nos... matar? - Meus olhos bem abertos enquanto falava com a Yasmim, tentando lhe causar medo.

- Pare Victoria, estou com medo. – Olhei séria para ela. Yasmim se virou na direção de Isabella e Letícia, que estavam com seus notebooks na cama. – Maria! Mande ela parar com esse tom de terror. – Nenhuma das duas olhou para ela.

- Yasmim, não é só a Isabella quem tem “Maria” no nome, também tenho, lembra?! – Comecei a rir sem controle. Isabella e Letícia me acompanharam – Parei. Vamos continuar a pesquisa.

Exceto a Letícia, todas estudavam na mesma sala e colégio. Estávamos fazendo um trabalho e o tema era: Lendas e Mitos do Halloween. Existiam tantas criaturas loucas. Pesquisamos sobre lobisomens, fantasmas, bruxas, vampiros, e algumas lendas como a do Slender man, Cavaleiro sem cabeça e Jack da lanterna. Estava gostando de conhecer um pouco sobre cada um deles, e principalmente, estava gostando de assustar a Yasmim com tudo isso. O mais legal era a questão das festas que ocorriam nesse dia. As pessoas usavam fantasias assustadoras e decoravam as casas com adereços de terror. Queria que aqui tivesse alguma comemoração nesse dia, mas não faz parte cultura do meu país, infelizmente.

Uma coisa chamou a atenção da Yasmim. Ela é muito curiosa, deve ter sido algo bem louco, porque ela estava muito empolgada.

- Gente, olhem isso - Todas largaram o que estavam pesquisando e nos aproximaram do computador da Yasmim.

- Neste site falam que, no halloween, a linha entre o mundo visível e invisível é mais tênue, por isso os vivos podem se comunicas com os mortos. - Continuamos atentas – Mas olhem isso, existe um feitiço que algumas bruxas faziam nesse dia para se comunicar com os espíritos de forma “controlada”. Pelo que entendi, é como se eles estivessem em uma dimensão só deles. – Os olhos de Yasmim brilhavam enquanto ela falava e anotava tudo sobre aquele feitiço. Todas já havíamos entendido o que ela estava pensado.

- Você que mesmo fazer isso? É sério? – Isabella falou enquanto ajeitava seus óculos para ler as instruções do feitiço.

- Não, nós iremos fazer. Quero ver se acontece algo. – Ela continuou anotando.

- Bom, será ótimo ver sua cara de decepção, Yasmim. – disse enquanto voltava para meu computador. Afinal, essas coisas não existem.

Terminamos toda a pesquisa e organizamos o trabalho. Já era quase meia noite quando Yasmim insistiu que fizéssemos o ritual naquela hora, todas, menos ela, estavam exaustas e com muito sono. Mas quando ela colocava algo me mente, era impossível tirar, então resolvemos fazer logo.

Reunimos os matérias necessários. Eram 5 velas vermelhas, sal (para fazer um pentagrama), e papeis em branco (não sabia para que serviria aquilo).

- Para que servem os papeis? - perguntei.

- Para escrever um desejo seu. Isso irá chamar os espíritos para dentro do pentagrama. - Yasmim respondeu entregando um caneta para cada uma de nós. – Vamos, escrevam logo para começarmos.

Era meia noite do dia 31 de agosto quando Yasmim acendeu as velas extremidades do pentagrama de sal no chão do quarto dela. Dobramos os papeis e entregamos para ela.

- Vocês realmente querem fazer isso? – Leticia perguntou com relutância, ela estava com muito medo daquilo.

- Não, mas vamos fazer logo, quero dormir – respondi olhando para a Yasmim enquanto ela terminava de escrever seu desejo.

- Vamos começar – Yasmin disse – sigam minhas instruções.

Ela disse para ficarmos ao redor do pentagrama e que deveríamos sentar em frente de uma das velas. Feito isso, ela começou a explicar o que iria fazer.

- Meninas o ritual tem 3 partes. Iremos ter o contato com os espíritos na segunda parte. Na terceira parte, “Terminamos” o contato que temos com o outro mundo. Vamos dar as mãos.

Todas assentimos e ela começou a primeira parte, recitando o que estava no papel que estava me sua frente.

- Ó Deuses amados por todas as bruxas, abençoem este nosso sagrado Sabbat, tua humilde serva pôde reunir-se a Vós hoje, no amor, na alegria e na felicidade. Abençoem meu ritual esta noite com a presença dos espíritos dos mortos.

Ela pegou todos os bilhetes e colocou no centro do pentagrama e disse que ia fazer a segunda parte. Letícia estava muito inquieta com aquilo, mas ela se conteve.

- Terrível Senhor das sombras, Deus da vida e possuidor da morte! Agora dê-me o Teu conhecimento sobre os mortos, abra e amplie minha clarividência, eu rogo por isto! Abra os portões misteriosos por onde todos os homens um dia passam e traga os espíritos perdidos para mim. Que eles me sirvam para sempre, dizendo-me o que preciso saber, revelando os segredos dos vivos! Eis aqui, o toque do destino.

Esperamos em silêncio, e nada aconteceu.

- Podemos dormir agora? – Falei bocejando.

A luz do quarto piscou três vezes e apagou.

- Droga, faltou energia logo agora. – Yasmim estava com raiva.

O quarto ficou um pouco frio e uma das velas se apagou. Letícia gritou, e seu pé se esticou e desfez um pedaço do pentagrama, e abraçou Isabella, que me abraçou tão forte que não me permitia respirar direito.

- Se acalmem – disse – Daqui a apoio a energia volta.

Peguei meu celular e liguei a lanterna. Quando apontei para a direção da Yasmim. Foi quando vi algo parado no canto do quarto e soltei um grito. Então as luzes voltaram e vi que era só uma blusa pendurada no canto do quarto. Fiquei aliviada. Olhei para Yasmim, vi o que ela estava nervosa. Ela estava se tremendo.

- O que foi Yasmim? - perguntei se aproximando dela.

- Todas as velas se apagaram, só tinha três papeis com desejos e o pentagrama foi quebrado. Isso vai permitir que os espíritos nos levam para o mundo deles.

- Qual é? Isso é besteira. Vamos dormir logo.

Todas concordaram. Apagamos o pentagrama e fomos dormir.

O quarto estava muito frio e não conseguia tirar da mente aquilo que imaginei ver. Achei que era um pessoa. Olhei para o celular e era três da manhã. Olhei para a cama e só vi a Isabella e Letícia. Yasmim não estava ali. Achei estranho e fui elas.

- Isabella, Letícia – chacoalhei as duas e elas acordaram.

- o que é? – Isabella perguntou sem abrir os olhos.

- Yasmim saiu. Estou preocupada com ela. Vamos ver onde ela está.

- Ela deve estar na cozinha, comendo chocolate. – Leticia disse já se levado. Ele queria comer também.

Fomos até lá. O frio aumentou e Yasmim estava lá, de costa para nós, segurando um papel em que ela anotou o feitiço. A cozinha estava escura. Minha visão estava um pouco embraçada, mas pude ver algo estranho no papel. Havia sangue. Yasmim virou para nós gritou:

- Eles estão aqui, corra... - Não houve tempo de terminar seu aviso.

Ela me empurrou e vi aquilo. Algo no formato de pessoa, todo negro. Aquilo levantou um dos seus braços, que se esticou, saindo no meio da boca da Yasmim. Seu outro braço perfurou a barriga e a puxou para o escuro. Vi o rastro de sangue no chão. Fique paralisada e não ouvi os gritos das meninas e nem senti quando elas me puxaram para correr. Lágrimas caiam do meu rosto incrédulo, não conseguia acreditar naquilo. Era um fantasma (ou um espectro negro). Vi aquilo e não acreditava, vi aquilo levar minha amiga para o escuro. A porta da frente estava aberta. Passamos por ela e corremos para longe dali. Não havia uma luz acessa em nenhuma lugar, mas lua cheia nos permitia ver um pouco. Enquanto corríamos, meus ouvidos voltaram a funcionar o e ouvi meu choro e o choro das meninas. Corremos uns três quarteirões e paramos para respirar.

- Sabia que aquilo ia dar errado!!! O que foi aquilo ?! Aquela coisa matou ela. Yasmim está morta. E pelo que entendi, estamos em outra dimensão!!! Aquele feitiço funcionou – Letícia gritava, gesticulava e chorava para nós. Ela foi batendo de porta em porta nas casa dali, e ninguém respondia. Não havia ninguém, além nós.

Letícia continuou batendo de porta em porta. Olhei para Isabella, ela estava sentada e olhando para o chão. Nenhuma de nós acreditava no que estava acontecendo. Engoli as lagrimas e o desespero e fui falar com ela. Sentei ao lado dela e olhei para a lua outra vez. Então, senti algo no bolso da minha blusa. Havia um papel. Quando Yasmim me empurrou, ela colocou o papel do feitiço no meu bolso. Chamei Letícia e ela veio e sentou-se conosco.

- Yasmim colocou um papel do feitiço dentro da minha blusa antes de... – Eu não conseguia aceitar a ideia de que ela estava morta. Continuei – E tem algo escrito no verso dele.

- Ela colocou ele ai por algum motivo. Precisamos saber. Leia – Isabella conseguiu falar.

Abri o papel com sangue e comecei a ler.

- “Terminem o feitiço, só assim vocês poderão voltar para casa. O matérias estão no quarto de meus pais. Façam a terceira parte do feitiço. E me des....” – As palavra restantes foram encobertas pelo sangue. Foi só até ali que ela pode escrever.

- Então é isso. Estamos em um tipo de dimensão com espíritos tentado nos matar?! – Isabella olhava para um lugar distante quando disse aquilo.

- Ao menos sabemos o que devemos fazer... – Letícia não conseguiu terminar o que iria falar, porque ouvimos um barulho estranho. Levantamos rapidamente e fomos para um beco escuro estava o nosso lado.

Ouvimos passos e duas pessoas apareceram. Um mulher toda se preto e um homem apenas de short. Ele tinha uma coleira ao redor do pescoço. Ele agia como se estivesse farejando algo. Ficamos paradas o escuro. Todas estavam tremendo muito. Fiz o sinal de silêncio para elas. Eles passaram por nós. Por algum motivo, aquilo me fez pensar que eles não estavam nos procurando. Ainda estava olhando para aqueles dois quando Letícia olhou para o alto. Ela viu um homem magro, de terno preto e de braços e pernas longos. Sua cara parecia estar encoberta por um pano branco, e ele estava em cima de nós, nos observando. Algo semelhante a tentáculos saiu das costas dele e ela gritou.

As duas pessoas na rua perceberam de imediato onde estávamos e então corremos para a rua. A mulher de preto falou algo e então outra mulher, de vermelho, apareceu em nossa frente. Ela abriu um sorriso e mostrou seus dentes pontiagudos. Estávamos encurraladas. Mas ela era apenas uma e nós três. Segurei a mão da Isabella e Letícia e elas entenderam que eu queria que elas fizessem. Partimos para cima daquela mulher de vermelho.

Bastou apenas um piscar de olhos e ela estava ao lado da Isabella esticando seu braço e a arremessando para o lado da rua. Ela bateu as costas em um portão e fez em grande barulho. Eu e Letícia viramos e ela me deu um soco no estômago, segurou minha cabeça e me jogou no chão. Bati forte a cabeça. Leticia continuou correndo. Fiquei sem ar, quase inconsciente, e caída na rua. Vi a continuação de tudo em flashes enquanto minha consciência voltava. A mulher de preto olhou para o homem e então a cor de seus olhos mudaram. Mesmo longe, percebi que eles refletiam o brilho da lua cheia. O homem começou a se contorcer. Pelos cresciam em seu corpo rapidamente. Seus braços e pernas se transformaram em patas e ele uivou bem alto. Ele era um Lobisomem. Ele rosnou e correu atrás de Letícia. Olhei para Isabelle e vi a mulher de vermelho ao lado dela. Ela se ajoelhou, abriu sua boca com dentes pontiagudos e os cravou no pescoço dela. Ela estava bebendo o sangue dela e eu não podia fazer nada. Meu corpo todo estava doendo demais para eu me mexer. Olhei para o outro lado e vi Letícia parou de correr e tinha se virado para nós.

O lobisomem estava prestes a pular para mordê-la.

Outro som surgiu. Eram as batidas dos cascos de um cavalo. Vi uma luz bem longe. Ela foi aumentando e vi um cavalo negro. Nele, havia um cavaleiro usando uma armadura de ferro antiga e pouco brilhante e carregando sua cabeça embaixo do braço. Os olhos da cabeça são enormes, a boca estava com um sorriso que ia de um lado a outro de sua face. No momento que o lobisomem pulou para pegar Letícia, o cavaleiro sacou sua espada e o decapitou com um golpe limpo. Corpo sem vida do lobisomem caiu ao lado de Letícia e ficou se debatendo. Minha consciência voltou e vi a mulher de vermelho largando Isabella e correndo na direção do cavaleiro. Ele foi tão rápido quanto foi com lobisomem. Ele colocou a mão atrás dele e arremessou um machado com muita força, acertando o coração da mulher de vermelho. O machado atravessou o corpo dela parou no muro de uma das casas dali, com o coração em sua lâmina.

Leticia já estava ao meu lado dizendo que eu deveria me levantar, foi o que fiz. O cavaleiro pegou Isabella e colocou em seu cavalo. Ele fez um sinas e subimos também. Leticia rasgou um pedaço de sua blusa e colocou ao redor do pescoço da Isabella para diminuir seu sangramento. Ela estava pálida e fraca, mas ainda respirava. Seus lábios estavam um pouco negros, e ela olhava para a lua. Aquilo era um verdadeiro pesadelo. Nunca imaginei que algo assim poderia ser real.

Viramos a esquina e já podíamos ver a casa da Yasmim. O cavaleiro parou e nós descemos. Ele nos entregou duas espadas velhas que ele carregava. O pânico todo não me permitiu sentir o cheiro de cadáver que ele e o cavalo tinham. Isso não importava agora, afinal, ele nos salvou. Olhei para Letícia e Isabella, e novamente, todas sabíamos o que deveríamos fazer. É impressionante como minutos de terror podem te mudar.

Havia algo estranho na frente da casa. Era o espectro negro que matou Yasmim. O cavaleiro apontou para a casa. Ele queria que entrássemos logo. Então ele partiu para cima do espectro, que veio voando para cima dele, deixando a entrada livre.

- Corram!! –gritei.

Isabella pôs aos em volta de nossos ombros e corremos o mais rápido possível. Quando olhei para trás. O cavaleiro revidava todos os golpes do espectro. O espectro parou quando chegamos até a porta da frente. O cavaleiro se aproximou e ficou na frente da casa, parado. Ouvimos uns barulhos estranhos outra vez. Olhei para o céu e vi uns corvos negros descendo. Eles pousaram na rua e se empilharam, dando forma a uma pessoa, a mulher que controlava o lobisomem. Ela era uma bruxa. Ela olhou em nossa direção, seus olhos estavam sedentos por nosso sangue, depois ela olhou para o cavaleiro. Ela levantou seus braços na altura dos ombros e começou a falar um língua estranha. As sombra de todas as casas começaram a se mover e pessoas surgiram dela. Elas tinham rostos visíveis, diferente do espectro, que tinha só um borrão negro na face. Ela invocou muitos fantasmas. Todos se reuniram na frente da casa o espectro foi para lado da bruxa. O silêncio foi quebrado pelo grito dos fantasmas vindo em nossa direção. O cavaleiro puxou sua espada e seu cavalo negro relinchou e levantou as patas da frente. Os braços dos fantasmas eram como espadas. Quando o cavaleiros os acertava, era como se eles fossem de carne e osso. Ele derrubava muitos deles e ao mesmo tempo era atingido. Ele não iria suportar por muito tempo. Ele ia de um lado para o outro. Era acertado e não parava. A mesma coisa com seu cavalo, que relinchava muito.

- Vamos! É nossa chance – Isabella falou usando quase toda sua força.

Corremos para o quarto e fechamos a porta. Então peguei os materiais, fiz o pentagrama de sal, acendi as velas, sentamos ao redor dele comecei:

- Com o fogo te liberto. Retire-se da minha vida. Que os espíritos se encaminhem para bem longe de mim!

E nada aconteceu.

Repeti aquilo de novo e de novo, e nada aconteceu. Olhei para as meninas e vi a cara de entrega delas. Tinha acabado para nós. Ficaríamos presas e morreríamos ali.

Abri a porta e vi o cavaleiro ainda lutando contra os fantasmas. Seu cavalo estava deitado no cão, cheio de cortes, e ele com muitas perfurações em suas armadura. Ele foi atacado pela esquerda e não conseguiu se defender e o seu braço foi arrancado. A bruxa já estava exibindo sua cara de vitória. O cavaleiro continuou lutando. Mas eles eram muitos. Ele recuou, virou na minha direção e pegou um saco que estava ao lado do cavalo negro. Já sem forças, ele caiu de joelhos. A bruxa se assustou com aquilo que ele segurava e estava começando a se transformar em corvos para fugir. O espectro vou na minha direção, e o cavaleiro tirou do saco uma abóbora, com um rosto sorridente entalhado nela, e uma vela acesa dentro. O fogo da vela ficou mais forte e então um explosão de luz aconteceu. Fui arremessada para o fim do corredor. Aquela luz atingiu todos os seres que estava ali. Fiquei desnorteada. Quando levantei, vi o cavaleiro na mesma posição. Todos os seres estavam queimando e virando cinzas. A bruxa ficou com a parte de baixo inteira e a de cima em corvos queimando no chão. Aquilo havia matado todos eles. Me aproximei e vi algo dentro da abobora. Era um pedaço de papel. Era o meu papel. Era o que faltava. Peguei o papel e o cavaleiro e a abóbora viram pó.

Queria muito agradecê-lo.

Olhei para a rua e a tampa do esgoto estava se mexendo. Ela voou e o espectro negro saiu de lá, ou o que sobrou dele. Ele estava se arrastando no chão e vindo em minha direção. Corri imediatamente para o quarto. As meninas estavam sentadas juntas. Não havia tempo para explicar. Fechei a porta.

- Segurem a porta. O espectro está vindo – Levantei o papel com meu desejo – Era isso que faltava. Vamos para casa agora.

Elas se levantaram e fizeram o que pedi. O barulho do espectro se arrastando estava cada vez mais alto. Ele estava perto. Peguei o isqueiro em cima da cômoda, fui até o pentagrama e toquei fogo nele. Foi quando o espectro começou a bater na porta várias vezes. Todas falamos:

- Com o fogo te liberto. Retire-se da minha ...

Os braços do espectro partiram a porta ao meio. O tempo começou a passar bem lentamente. Letícia e Isabella foram cortadas ao meio. A parte de cima delas caíram para os lados e a de baixo começou a jorra sangue pelo quarto. Minha boca não conseguia emitir nenhum som. Elas me observaram sem vida dentro de seu próprio sangue. O espectro tentou entrar no quarto, mas ele era grande demais para passar pela porta. Então ele esticou seu braço e agarrou minha perna e tentou me levar para fora. Fui rápida e me segurei no pé da cama, peguei a espada e comecei a bater nele, mas ele continuou me puxando. Ele não iria me soltar e eu não conseguir me livrar dele. Olhei para o corpo de minhas amigas e pude ouvir a solução da boca imóvel delas. Levantei a espada e disse o final:

- Que os espíritos se encaminhem para bem longe de mim!

Pus a mão no pentagrama e com um único golpe, cortei minha perna.

As luzes se acenderam e os pais de Yasmim abriram a porta do quarto e viram aquilo tudo. Eu chorando e sem uma perna. Yasmim com um buraco na boca e no meio do corpo e Isabella e Letícia cortadas ao meio e o pentagrama no centro do quarto.

Faz mais um ano que elas se foram, e continuo sonhando com isso. Não há como se livrar da memória de ver seres sobrenaturais matando suas melhores amigas. Sinto muita falta de todas elas e ainda não me acostumei com a prótese que uso para andar, mas ela é um lembrete daquilo que eu fiz para poder viver.

Parei de escrever, fechei o diário e fui tomar banho.

Entrei no banheiro e olhei para o espelho. Liguei a torneira para escovar os dentes. Quando levantei a cabeça vi ele, o homem de terno preto e braços o pernas longas, parado ali, me observado. Me virei para encará-lo. Não consegui me mexer ou deixar de olhar para sua face. Ele levantou a mão e mostrou o um papel com algo escrito. Era o meu papel, com o meu desejo do feitiço. Nele estava escrito: “Quero ficar juntas com vocês para sempre”.

Acho que chegou a minha hora.

Quarto tentáculos saíram as costas deles e se cravam e meus pulmões. Bati com as costas no espelho e fui levantada do chão. Sangue caiu sobre meu olho e metade do rosto do homem de terno pareceu estar vermelho. Senti um peso e um alivio profundo. Iria encontrar minhas amigas de novo.

Então, lentamente, as luzes se apagara, e dessas vez, não voltaram a acender.

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