More.
Brooke
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 05/03/16 18:54
Editado: 05/03/16 20:15
Gênero(s): Crítica Reflexivo
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min a 3min
Apreciadores: 3
Comentários: 1
Total de Visualizações: 729
Usuários que Visualizaram: 14
Palavras: 456
Não recomendado para menores de dez anos
Notas de Cabeçalho

Olá!

Eu resolvi escrever sobre esse tema, um tema que representa muitas coisas para muitas pessoas, e porque adoro expor minha sincera opinião por meio e algum modo artístico, sem contar na ótia recepção que recebi, agradecimentos a Leo (@.Zayn) por despertar minha curiosidade sobre esse site.

Espero que gostem de minha primeira obra no ADC.

Capítulo Único More.

Mais. Era a palavra que dominava a cabeça de Elise Springfield. Talvez esse "mais" fosse o caminho para uma nova realidade, um paraíso eterno, não o que durava apenas nos simples atos de colocar mais e mais coisas no carrinho. É assim que as coisas funcionam de certa forma para todos em suas medidas devidas ou não. Já percebeu que quando alguém se dispõe a comprar apenas um item em um supermercado por exemplo, sempre vem com mais alguns? Porque acham que precisam deles. É sempre assim para Elise. Comprar mais era tudo o que queria. Mais. Precisava de mais.

Após entrar na loja e varrer seus olhos por onde podia, percebeu que não havia outro lugar onde queria estar. Começou a colocar sem perda de tempo peças e mais peças nas sacolas. Era sempre assim, para ela a felicidade era facilmente comprada. Quando parou de comprar, era quase fim do dia. Era um processo antigo para ela, como um amor atemporal. Chegando em casa, se sentou atrás da porta sentindo o êxtase de ter mais novas coisas, não se livraria de nenhuma delas. Ficou ali alguns minutos, experimentando a sensação de felicidade. Após algum tempo considerável entre torpor e realidade Elise acordou, sentindo estar sentada em algo que lhe dava uma distância ínfima do chão. Era um envelope do poder judiciário. As lágrimas começaram a escorrer quando abriu o papel e leu a lista disposta nele. Uma lista que dava opções que seriam abordadas em um julgamento que era fruto de um processo. As lágrimas escorriam e molhavam o motivo de sua própria manifestação. As peças de roupa, algumas finas, molhavam e escureciam levemente com o toque do líquido. Bem que seus pais avisaram. "Você plana o que colhe, não quer colher um processo."

Por que os esnobara?

Não tinha dinheiro para pagar as dívidas, e teria que dispor de todos os bens necessários para pagar. Suas coisas, apenas suas. Havia um problema que não era tão pequeno quanto ela queria que fosse e tentava fazer aparentar. Não havia pago nada. Nenhum dos móveis, nenhuma das peças aos seus pés. Olhou para o carpete caro, os móveis em perfeito estado, o guarda-roupa aberto. Então Elise percebeu.

Nenhuma desculpa que pudesse dar seria suficiente para as pessoas que todo esse tempo trabalhava para impressionar. Não tinha um amigo para ligar, o último havia se fadigado do óbice que era seu consumismo. Isso apenas aumentou as lágrimas da compulsiva. Seus bens, os que pensava serem como um paraíso eterno, a levaram para um inferno. Então, sorrindo tristemente sussurou pela última vez no topo do mundo.

-Por que eu, que sempre queria algo a mais, algo maior, diminuí algo que parecia tão grande a ponto de não enxergar?

❖❖❖
Notas de Rodapé

Até uma próxima vez!

Apreciadores (3)
Comentários (1)
Postado 06/03/16 10:13

Texto muito bem escrito e que na minha opinião trabalhou muito bem o tema do materialismo e o vazio que ele pode trazer ao atingir uma apoteose como a que a personagem atingiu na última estofre.

Parabéns e seja bem vinda ao site ;)