Melissa
Sorelly
Tipo: Roteiro (Cena)
Postado: 20/11/17 00:08
Editado: 11/10/20 18:12
Gênero(s): Fantasia Sobrenatural
Avaliação: 9.75
Tempo de Leitura: 3min a 4min
Apreciadores: 5
Comentários: 3
Total de Visualizações: 648
Usuários que Visualizaram: 12
Palavras: 485
Livre para todos os públicos
Notas de Cabeçalho

Hey, bunnies, há quanto tempo, não? Esse é o meu primeiro roteiro, então não peguem leve kkkk (críticas são muito bem aceitas).

Dedicado à Mari (Grazzi), espero que goste, Gnoma ♡

Tenham uma boa leitura ❣

Capítulo Único Melissa

CENA ÚNICA: INT. CIRCO – NOITE.

A plateia se encontra em total silêncio. Luzes apagadas, exceto pelo refletor central. Uma luz azul rodeia o picadeiro conforme o apresentador vai surgindo da escuridão para o último ato.

APRESENTADOR: Senhoras e senhores, meu nome é Felipe, e essa história que irei lhes contar não é sobre contos de fadas, tampouco é uma lenda. Alguns dizem que o seu aparecimento foi como um passe de mágica: da mesma forma misteriosa que apareceu, ela sumiu.

Pausa seguido de silêncio. Plumas brancas começam a cair do teto conforme o narrador se dirige à plateia e volta a falar.

FELIPE (APRESENTADOR): Os únicos resquícios de sua existência eram as plumas de sua roupa que preenchiam o picadeiro e a emoção presente em cada olhar do público. Mesmo após a sua partida, Melissa continuou flutuando nas lembranças de seus admiradores. Foi na ponta das sapatilhas desgastadas que ela viveu e realizou seu sonho, rodopiando e girando cada vez mais como um cata-vento em sua corda bamba, sem nunca perder o equilíbrio, sem se deixar cair no chão.

As luzes se apagam por cinco segundos. O apresentador some e o refletor central destaca a entrada do mágico que se encontra na lateral. Ele abre a roupa fina e dele voam alguns pombos que derrubam fitas rosas na plateia.

MÁGICO: Mas o que mais intrigava na bailarina eram somente as sapatilhas velhas. Melissa não se importava se o laço estava remendado ou se existiam algumas falhas; assim como o seu desejo de flutuar ela jamais abdicaria do calçado. Era uma promessa feita há tempos quando a ganhou de sua falecida mãe; uma herança, sua única ligação. O fio que a sustentava no ar enquanto o espetáculo prosseguia.

Outra pausa. As luzes do picadeiro se apagaram transformando toda a magia em escuridão. E como se todos acordassem de um sonho os refletores foram acesos revelando um vazio picadeiro. Todos os personagens saem. Uma única luz é acessa direcionada ao narrador que vai até o centro.

NARRADOR: Até hoje não se sabe se o espetáculo não havia passado de um sonho. Parecia uma ilusão. Parecia tudo real. O som dos tambores parecia estar em toda parte, assim como o medo ao encarar tão de perto o temido leão. Mas nada havia se comparado ao êxtase que predominava ao assistir a pequena bailarina em seu espetáculo flutuante.

Uma bailarina começa a dançar. Grand jetés são feitos ao redor do narrador para finalizar na posição tendu.

NARRADOR: Para ela era tudo por um triz. Era por um triz que o público não via Melissa cair; era por um triz que não a via flutuar. Foi em um passe de mágica que o circo apareceu, e foi dessa mesma forma que misteriosamente sumiu, deixando para trás uma sensação de leveza e a imagem de uma estrela que jamais se apagaria.

A única luz acessa é apagada permanentemente. O espetáculo acaba.

❖❖❖
Notas de Rodapé

É isso. Não deixem de acreditar na magia/fantasia, nunca desistam dos seus sonhos. Tia Elly ama vocês, bolinhos de mel ♡

Apreciadores (5)
Comentários (3)
Comentário Favorito
Postado 20/11/17 00:40

Não tem jeito: ao ler este tipo de obra, a Doença toma conta e perverte tudo. Guardarei o que vi entre as luzes e a escuridão para mim, no entanto. Não ousarei macular tal texto de uma das autoras que mais admiro e respeito neste antro maldito com tal coisa.

Ademais, é sempre impressionante como a senhorita consegue inserir sentimentos em seus textos. Esta é a sua magia, creio eu. Tudo é (d)escrito de modo sublime, tal qual os movimentos da bailarina de sapatilhas velhas. Mesmo um ser infecto como eu pode reconhecer tal feito.

Para sua primeira vez em um Roteiro, creio que a senhorita foi muito bem. Se é que a opinião de quem leu um Roteiro pela primeira vez é válida, claro.

Parabéns pela empreitada, Srta Pamela, a galante e fascinante autora que mais uma vez bailou com outra obra excelsa!

Atenciosamente,

Um ser que sempre fica após o apagar das luzes, Diablair.

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Postado 20/11/17 20:48

Eu aceito uma diablerização desse roteiro, fica no ar... kkkkkk

Não sei como responder seu comentário, falta-me palavras para descrever o quão feliz e satisfeita estou por saber que te agradou. Muito obrigada mesmo, Manuhell ♡

Postado 21/11/17 19:52

Desculpa, mas a minha Doença fez um trabalho bem detalhado sobre toda a mágica de sumiço da bailarina.

É incrível como a gente sempre consegue sentir a magia nos/dos seus textos. Por um triz eles não flutuam ... ou será que o fazem? Ah, é difícil saber o que realmente acontece.

Minha Gemada. Metade do ovo que nasceu do lado mais deslumbrante. Você é incrível! Parabéns!!

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Postado 25/11/17 01:11

Nem me assusto que você tenha imaginado uma outra coisa por detrás do sumiço da bailarina kkkkk

Muito obrigada, Gema! ♡

Postado 23/11/17 17:22

Estando há mais de um ano aqui na AC, essa foi a primeira vez que li um roteiro. É vergonhoso dizer isso, mas é a realidade. Contudo, fico feliz por ler pela primeira vez, um roteiro tão maravilhoso.

Certamente, pesquisei a respeito do que era um roteiro em si, antes de iniciar a leitura. Acho errado comentar a respeito de algo que não é conhecido por minha pessoa.

A obra em si já é pura poesia e a estrutura de roteiro se encaixou infinitamente melhor do que do tipo lírico. Acredito que seja por conta da interação entre as personagens da obra com o leitor. Desde o início, eu me senti parte da platéia, vendo cada momento do espetáculo, até que ele chegasse em seu auge.

A mensagem passada é muito bonita. E a forma como é passada, faz crescer o meu apreço pela obra em si. Meus parabéns, Pãozinho!

Abraço da Ternura.

Postado 25/11/17 01:13

kkkkk e eu que nunca li um roteiro? Fui às cegas nas minhas pesquisas, mas ler aqui que é bom nada.

Acredita que essa obra era originalmente lírico? Pois é, de última instância eu mudei e tentei o roteiro, vai entender.

Muito obrigada, Brina! ♡