Indo para casa
Pedro de Andrade
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 14/03/16 22:46
Editado: 16/03/16 09:43
Gênero(s): Cotidiano Suspense
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min a 3min
Apreciadores: 4
Comentários: 4
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Palavras: 415
Livre para todos os públicos
Capítulo Único Indo para casa

Dei o dinheiro da passagem para o cobrador e subi na balsa. Tudo estava tão quieto, e as pessoas apenas ficavam ali, paradas à olhar para água ou fitar a neblina, realmente não as entendi muito bem.

Como ninguém estava interessado em vir conversar comigo, decidi ir procurar alguém para isso eu mesmo. Entretanto ninguém deu-me atenção, isso deixou-me extramente possesso. Fui então conversar com aquele que pilotava a balsa, ele parecia tão sozinho.

Fui à onde estava ele, apresentei-me e puxei conversa, perguntei como ia a família. Ele disse-me que tinha apenas um irmão e que não conheceram seus pais. Perguntei então como ele era, o piloto pareceu um pouco desconfortável, mas resolveu falar, disse-me que seu irmão era muito alegre e que tinha muitos filhos, todos gostavam dele e queriam tê-lo por perto, mesmo quando ficavam com raiva dele, no final voltavam à amá-lo.

Dei uns tapinhas nas costas do piloto e disse, enquanto sorria, que devia ser muito legal ter um irmão assim e que devia ser ótimo passar o tempo com ele.

Todavia, o piloto fez uma feição triste e disse-me que não via seu irmão há muito tempo e que, diferente do irmão, as pessoas não gostam dele, que o evitam e o queriam longe.

Perguntei o por que disso e quando o fiz ,pela primeira vez, durante nossa conversa, o piloto deu um sorriso com o canto da boca, não entendi muito bem. Ficamos um tempo em silêncio quando ele perguntou-me se eu estava gostando da companhia dele, respondi que sim e ele começou a Gargalhar.

Depois de mais um tempo em silêncio, percebi que aquela neblina estava mais densa que o habitual. Antes de ter a chance de pensar sobre isso, o piloto perguntou-me se eu sabia onde estava, respondi que claro, que estava à caminho de casa, ele mais uma vez gargalhou e concordou comigo em um tom irônico.

Percebi uma coisa estranha, a viagem estava demorando mais que o habitual e que a neblina era atípica demais. Ele percebeu minha preocupação, pôs a mão em meu ombro e carinhosamente disse-me que estava muito agradecido pela conversa, disse que há muito ninguém vinha falar com ele e que sentia-se sozinho por isso, e disse-me também que eu seria muito feliz. Por fim, confessou que não havia apresentado-se e desculpou-se pelo mesmo, porém, enquanto sorria, disse à ele que não havia necessidade.Dei a conversa por terminada e fui arranjar um lugar para sentar e esperar a jornada terminar.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Não tenho o costume de escrever em prosa, irei apreciar a crítica de vocês.

Apreciadores (4)
Comentários (4)
Postado 15/03/16 10:00

Bah... Hehehe. que texto bacana. Gostei de como se desenvovleu para chegar a esse final. Muito bom. Parabéns.

Eu só atentaria para alguns erros ortográficos e gramaticais que ocorreram durante o texto. Nada muito grave, uma releitura mais crítica já é suficiente para detectá-los.

Postado 15/03/16 10:31

Muito obrigado, procurarei melhorar.

Postado 15/03/16 13:13

gostei do enredo, ficou muito bom de ler, mas, eu pessoalmente, acho que o final poderia ser mais explicativo...

Postado 15/03/16 19:39 Editado 15/03/16 19:44

Muito obrigado. No primeiro final que escrevi, o piloto dizia o seu nome, mas depois quis deixar o leitor ter a chance de imaginar quem ele é e o que aconteceu com o personagem, acho que a melhor dica está no irmão do piloto.Não sei se ficou melhor kkk, mas se quiser eu te conto quem ele é.

Postado 16/03/16 00:43

ficou bom, sim...e relendo, não precisa de falar quem ele é...isso poderia até virar uma novela ou algo assim heim...

Postado 10/01/18 16:12 Editado 10/01/18 16:14

Gostei bastante da maneira que a prosa se desenvolveu. A narrativa é envolvente, prende a atenção do leitor e consegue cativar com os devaneios vividos pelo narrador. De fato, pessoas com igualdade em questão de temperamento, tendem a ficar juntas e se dar bem. Alegrou-me muito ver que a solidão de ambos os personagens foi compartilhada.

Os erros ortográficos presente não são gritantes. Acredito que uma revisão resolveria esse pequenino problema. Não é algo que tire a imensa essência da obra incrível que tu escreveu.

No mais, te parabenizo por essa obra incrível ❤