Queda Livre
Julih
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 15/03/16 00:04
Editado: 03/03/18 23:02
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 3min a 4min
Apreciadores: 5
Comentários: 3
Total de Visualizações: 918
Usuários que Visualizaram: 19
Palavras: 537
Não recomendado para menores de dezesseis anos
Notas de Cabeçalho

Texto feito para o Desafio Quinzenal: Felicidade Mórbida.

Espero que gostem e tenham uma boa leitura!

Capítulo Único Queda Livre

Eu suspirei longamente e dei um passo para frente, terminando em uma queda livre.

O vento que me atingia em instantes parou ao mesmo passo que minha visão escureceu.

Eu abri os olhos e tudo estava diferente, até eu mesma.

Cantava e dançava entre pessoas como eu, em um mundo infinito de alegria.

Enquanto tocavam e cantavam, todos gritavam "Bis! Bis! Bis!" e atendiamos juntos os nossos próprios pedidos.

Mas, por deslize, escorreguei e tudo se apagou de novo.

"Acorda!" uma voz carinhosa e gentil me acariciou quando disse isto.

Não encontrei quem era o dono dessa voz, mas meu coração guardava essa pessoa cuidadosamente.

Olhei a minha volta e encontrei-me em um jardim florido, colorido como o carinho de um abraço que eu nunca recebi.

Mas, a tempestade veio e tudo se apagou, junto com as cores desse carinho.

Me vi correndo como uma criança, junto de outras crianças.

Eu não era rápida, porém ninguém me deixava para trás. O mundo era nosso!

Nós gritavamos e brincavamos: "Nós podemos ser heroís! O mundo é nosso!".

E nós podiamos mesmo, porém meus joelhos tremeram e eu caí rolando no chão, enquanto o cenário se apagava.

Então, me encontrei vestindo apenas minha pele em frente a um telão apagado.

Quando o mesmo acendeu, vi uma versão minha "criança", sorrindo ao lado de uma outra garota da mesma idade que minha "eu criança". Nós duas andavamos alegres por aí, até que em um cruzamento e nós erramos o momento. Nós não podiamos ser "heróis".

A garota que me acompanhava viu um carro na nossa direção, com medo, ela empurrou minha "eu criança" e correu para a calçada, mas antes de fugir, ela se virou para trás e me encarou e então voltou a correr.

Enquanto eu via minha "eu criança" caída no chão, não consegui sustentar meu peso e caí no chão, desolada. Com a pouca força que me restava eu gritei: "Volte! Volte! Não me deixe sozinha! Eu nunca te quis isso! Volte para mim! Apague isso"

Porém a menina no telão não voltou. Ela deixou a minha "eu criança lá". Sozinha.

E eu voltei a gritar:"Não! Pare isso! Eu não quero lembrar! Eu prefiro não ter memórias felizes e não ter o gosto de felicidade nunca! Pare!"

E o telão mudou o que exibia. Eu arrumei forças para me levantar, mas assim que identifiquei o cenário meus olhos se encheram de lágrimas e eu estendi a mão ao telão, tentando consolar minha "eu pré-adolescente".

Minha "eu pré-adolescente" espiava entre a fresta da porta de um consultório médico duas pessoas conversando com um médico, quando o mesmo disse: Bem, como vocês podem ver... é depressão."

Minha "eu" no telão arregalou seus olhos e com medo correu de lá, porém, ninguém viu isso.

"Vão atrás de mim! Me parem! Parem com as imagens"

E o cenário mudou completamente. Eu estava agora em um local escuro, onde nada existia além de mim.

Uma voz me acolheu enquanto dizia:

"O que te faz sorrir?"

"Pensar que um dia eu deixarei de viver."

No final eu voltei a observar o chão na minha queda livre inicial. Vendo o chão se aproximar, eu sorri e disse

"Obrigada pelas memórias."

E tudo se apagou.

❖❖❖
Apreciadores (5)
Comentários (3)
Comentário Favorito
Postado 28/03/16 00:04

Eu concordo com o Chico: que texto louco! IASHDUIASHD' Sim, no começo a gente fica meio perdido, mas no decorrer da história acabamos percebendo a sua intenção. É um belo exemplo de uma narrativa atemporal, e diga-se de passagem, muito bem elaborado!

A queda livre de acordo com esse tema é um sinônimo de suicídio, então quando houve essa mudança drástica de lugar, a nossa concepção fica abalada momentaneamente. Mas você consegue recuperá-la de uma maneira muito boa. No entanto, eu acho que esses flashbacks da infância da protagonista poderiam ter sido trabalhados de uma maneira melhor, mais elaborada, dando um ênfase na parte do porque morrer, porque senti um pouco a ausência desse fato.

E a última cena antes dela voltar à realidade foi interessante. Não se sabe quem era o interpelador, mas já pela sua pergunta podemos deduzir: a morte. Quem mais escolheria um local escuro para poder fazer essa pergunta? Ainda mais conhecendo a garota que sentia-se feliz ao saber que um dia deixaria de existir.

E a volta à realidade, ou a volta a visão de sua queda livre é o desfecho daquilo que ela almejou: ser apagado. Parabéns pelo texto, Juh! sz

Postado 30/03/16 13:13

Eu queria demais os resultados porque tinha visto que tu ia sair comentando nos textos dos participantes, e eu queria muito uma avaliação sua <3

Amei <3 Pode usar meus textos de estudo para a faculdade .q pode levar pra criticas, desde que me traga todas de volta .qq paoskpoakspoaksa <3

Postado 15/03/16 09:56

Jesus, que texto louco, hehe. Gostei bastante da narrativa, pois foi bem clara, e isso foi importante para não se perder nos "saltos" de tempo do enredo.

Parabéns e sucesso!

Postado 15/03/16 14:19

Eu fiquei com muito medo de ser confuso a narração, seu comentário me aliviou um pouco hahahaaua

Muito obrigada! :D

Postado 02/05/16 09:23

SATÃ! COMO PUDE FICAR TANTO TEMPO SEM LER ESTA OBRA?!

Senhorita Julih-chan (seu atual nick é longo e bondoso demais, perdoe-me por usar o antigo), esta obra é realmente insana, mas de uma maneira muito boa! Assim como os demais,confesso que perdi-me por um trecho. Todavia, o desenrolar da história e o modo como a senhorita narrou a trajhetória da personagem foi MUITÍSSIMO interessante. Ouso dizer que (para mim, ao menos) foi até instrutivo! Eu verdadeiramente agradeço pela postagem e lhe parabenizo pelo texto, que ficou com um quê sombrio e, no fim, uma bela dose de felicidade mórbida. Parabéns!

Sua vez de ser genial. Que haja mais e mais delas!

Atenciosamente,

Alguém decaindo para as profundezas do Inferno,

Diablair.

Postado 02/05/16 21:16

Eu sou eternamente Julih-chan, inclusivamente, esse nick foi apenas pela decepção de sempre acharem meus textos e comments fofos, por mais taradisse/matança eu tentasse por nos textos.

Muito obrigada por esse comentário tão bonito, Diablerie!

Postado 02/05/16 21:48

A senhorita mereceu cada palavra, foi-me realmente aprazível ler sua obra, estruturada de maneira tão ímpar! Quisera eu que este feedback fosse tão belo quanto a senhorita e a radiante presença que detém...

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