Primeira Carta: Verdades
Green
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 26/01/22 20:27
Editado: 31/01/22 21:01
Gênero(s): Crônica Reflexivo
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min a 3min
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Palavras: 476
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Livre para todos os públicos
Capítulo Único Primeira Carta: Verdades

Já hoje eu pensava nas coisas que me fazem feliz – Você não estava lá. Mas, sejamos francos, não é como se o “nós” fosse algo concreto nem palpável. Depois pensei no que me fazia infeliz (sente o impacto expresso?) e dessa vez a tua falta estava no topo da lista.

Engraçado como a ansiedade funciona; o medo. Ambos fazem-me fugir das coisas simples da vida: A escola, os amigos, as verdades. É sufocante. Contudo, é fato que odeio fugir (falo a sério!). Posso ser fraco e sofrer deste leve e, por vezes, incontrolável instinto de que me envergonho tanto, mas há sempre remorso perseguindo-me e sufocando quando percebo minha falha. Quando me deixo levar pelo medo incontestável que o universo me impõe.

Você deve saber que não tenho precisão. Ninguém tem, na realidade. É como diz a música: Somos todos poeira no vento. Dust. Somos todos partículas sem contexto no grande quebra-cabeça do universo (consegue compreender a magnitude disso?). Somos instáveis, tu e eu. Resquícios vomitados sonhando espermatozóides. É assim que somos.

E ainda assim, somos tudo isso de forma singular. Sozinhos? Talvez. Em verdade, creio que essa seja a mais convicta realidade do universo. E é aí que entra minha ansiedade. E ela destrói de forma gradativa. À mim, pelo menos.

E o medo, ele vem como efeito colateral. Já falei dele aqui e tu deve compreender bem o que digo. O medo é de fato perigoso, já que leva a perdição àqueles que tem a alma fraca. Digo isso sem querer ofender nenhuma alma que já encontrou o abismo dos não-pensamentos. A verdade é que eu próprio já estive por lá e quase abracei suas profundezas escuras e calmas.

Já hoje eu estava pensando em como consertar esse nosso problema social e hormonal e complicado. Temo dizer que a resposta seja quarenta e dois. Eu me desculparia por apenas conseguir manusear as palavras em forma de pensamento contínuo sem chegar a uma conclusão concreta, porém não acho que isso vá nos ajudar de alguma forma. Nós somos individuais, assim como todos os outros seres baseados em carbono já catalogados nesse lar ao que chamamos Terra. Talvez (simplesmente) a resposta para nossa vida, universo e tudo mais não seja um dever meu. Bem dentro de mim eu realmente espero que não, já que isso seria mais complicado do que tudo que já nos aconteceu.

Engraçado como a mente funciona. A paixão pode ser gradativa ou avassaladora, a dor pode (deve) ser sentida ou guardada numa caixinha no fundo dos nossos corações, o arrependimento não pode ser anulado e o tempo que passamos juntos não pode ser apagado de nossas memórias.

Eu não espero que isso esclareça muitas coisas, mas torço para que você compreenda em algum momento. Essas foram apenas algumas verdades às quais eu encontrei uma forma de não guardar. Porque você merece elas.

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Notas de Rodapé

Texto escrito em 2017 e originalmente postado no site Spirit Fanfiction pelo user @dustEstrella.

Apreciadores (1)
Comentários (1)
Postado 04/06/22 16:42

Essa referência d'O guia do Mochileiro das Galáxias aqueceu meu coração, junto com todo esse texto tão especial, acho posso ser considerada sua fã?