— Até que durou. — Sarah diz, colocando seu casaco.
O frio lá fora se fazia um tanto quanto presente nos olhos de Mari.
Sarah fitou a sala bagunçada: a manta onde até então assistiam filmes juntas, os controles do videogame retrô espalhados pelo chão, os pratos dos lanches que fizeram e tiveram preguiça de levar de volta para cozinha. Tudo jogado, dispersado. De certa forma as duas também eram assim, por fora e por dentro.
— Até que durou para uma mentira. — Completa, selando-se com o cachecol.
Abre a porta e sai, não a fecha. Mari sente o frio invadindo sua pele mesmo com o suéter grosso. Então é isso que o amor é?, indaga, do alto de sua solidão gélida. Jogar e perder, sempre?