Não se faz arte quando antigamente;
mas, puta que pariu, quando eu li...
Brincadeira, moça, pode não ter arte como antigamente, mas certamente a arte está muito mais difundida do que antigamente. A arte pode ter perdido sua originalidade com o passar dos séculos, até porque há artistas como Mondrian que não sei como ficaram famosos por desenhar quadrados e hoje em dia qualquer tentativa de fora do comum vira um revoltado com a sociedade e denegrido como os fauvistas. O fato da senhorita reconhecer tantas formas e arte e levar o leitor a perceber que na atualidade é complicado inovar em um campo tão extenso foi porta de entrada para a bem-colocada quebra de expectativa no final, como tão esperado de um texto seu, mas esquece-se desse detalhe ao longo da leitura.
Acho que um certo casal fez arte e culminou na figura que é comparada pelo narrador como a salvação, um colírio para os olhos cansados de enxergarem sempre cópias de cópias. A fagulha da paixão leva menos de um segundo para incendiar todo o sistema nervoso do movimento contínuo dos dedos dos pés até as mãos acariciando o cabelo e os olhos seguindo aquela obra suprema pelo ambiente. Leva menos de um segundo para os lábios tremerem e a mente ficar em branco, o coração dispara, tropeça, estatela e cambaleia. No fim de tudo, o resultado são palavras.
Eu achava que já hava entendido a dinâmica dos seus textos. Mas, puta que pariu, quano li esse, mulher Hêndria Moura!, que vontade de te mandar para a Conchichina e depois pegar de volta em um abraço esmagador. Parabéns, moça, que texto lindo <3