Bolinhos e café
Nayara Cristine
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 08/02/17 03:19
Editado: 08/02/17 03:21
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min a 3min
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Palavras: 462
[Texto Divulgado] "O Jarro De Carne" O recém formado doutor Haward, inicia sua jornada de trabalho ao lado de seu mentor. Juntamente com sua equipe, ele inicia um experimento que mudara, para sempre, o futuro da humanidade.
Livre para todos os públicos
Capítulo Único Bolinhos e café

Sabe Emanuel, você sempre teve dificuldade em se abrir e em falar o que realmente sentia, para você o mundo sempre fora de uma complexidade demasiada desencorajadora, então você pegou tudo isso, cada pequeno pedaço distante de si mesmo e jogou em algo que amava para evitar ter de falar sobre seus pedaços quebrados que nunca seriam colados.

Nenhum caco volta ao mesmo lugar, você sempre soube disso.

Você se descobriu assim, meu anjo e isso foi de certa forma algo que até hoje você não entende, mas que é grato por isso, afinal você ama a sua cozinha, ama poder colocar seus sentimentos em cada novo prato.

E realmente é possível te ler em cada pequena variância de seus modos ou temperos, mas está tudo bem Emanuel, se fechar completamente ao mundo dói, meu querido, não faça mais isso, deixe os raios de sol adentrarem sua vida; está tudo bem.

Todos te viram ali na cozinha, mas ainda está tudo bem, todos amam a sua impulsividade ao fazer um prato estrangeiro do qual metade dos ingredientes você tem de improvisar, ou seus pães caseiros feitos a partir da sua raiva e estresse; ou seus doces feitos com seu amor.

Sabe, você começou a fazer mais desses quando aquele garoto de rosto frio e coração quente entrou na sua vida, até mesmo você se rendeu.

Você, o coração gelado, que sempre acreditou que lutava sozinho contra o mundo e si próprio - mais contra si próprio, afinal você sempre se auto sabotou por acreditar que nunca era bom o bastante para a vida.

Meu bem, não tem o que negar, você teve a alma acolhida e o gelo derretido pouco a pouco por aquele olhar pidão e sorriso bobão.

E não tem nada de errado, Emanuel, em deixar que seus cacos sejam remontados, mesmo que nada fique como era antes, está tudo bem.

Então você ensinou aquela pessoinha feliz - mesmo que ela não aparentasse ser assim a primeira vista -, que cozinhar era mais que apenas jogar os ingredientes na panela e torcer para que tudo desse certo.

Emanuel, o Luís aprendeu contigo que cozinhar é a forma mais pura de se demonstrar o que sente, e que bolinhos açucarados com café são ótimas maneiras de dizer "eu te amo".

Então, meu querido, não se preocupe se ele vai sujar a sua cozinha mais que normalmente você o faria, ou se ele vai bagunçar todas as louças da sua casa, apenas fique sentadinho nessa bancada enquanto ele tenta dizer o que nenhum dos dois ainda conseguiu verbalizar.

Deixe que a comida fale por vocês, a sinceridade dela transborda tanto quanto dos seus olhares.

Bolinhos açucarados e café podem ser mais intensos que qualquer palavra que venha a sair dos lábios sorridentes de vocês dois.

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