Naquela noite eu sonhara com meu pai. Ele viera na sexta-feira para casa sem trazer serviço para fazer. E disse a minha mãe:
- Vamos amanhã com os meninos prá roça?
Minha mãe concordou. E eu escutei este pedaço da conversa. Eu me alegrei. Fui dormir.
No outro dia, meu pai nos chamou. Juntos com minha mãe, fomos para um sítio próximo à cidade.
Chegando lá, fomos muito bem recebidos. O dono do sítio já conhecia meu pai e minha mãe.
Nos levou para o lugar onde estavam as árvores e suas frutas. Meu pai colheu algumas e no-las deu. Eram frutas deliciosas. As que comíamos.
E não foi só isso. O dono do sítio tinha filhos. Eram crianças vivas e alegres, que nos rodeavam inventando brincadeiras. E nós brincamos a valer.
Na volta para nossa casa, na cidade, meu pai tinha ganho sacos cheios de manga.
Chegando em casa, meu pai abriu o porta-malas do carro e fez desembarcar os sacos de frutas. E disse:
- Temos frutas para muito tempo.
Minha mãe acrescentou:
- Vou fazer muito doce com elas.
Isso foi há muito tempo. Eu era menino e me lembro hoje.
Como foi bom o meu tempo de menino. E o meu sonho com meu pai nesse dia acabou aí. Porque ele já morreu. Mas eu ainda gosto de lembrar daquele tempo.
Foi o meu tempo de menino.