Estava na copa, tomando um café. Cheguei até a janela. Ouvi a conversa de dois sujeitos que passavam:
- Sabe quem mora nesta casa?
- Quem?
- Um escritor que veio da capital.
O escritor era eu. Neste momento chega até mim a empregada. Eu digo a ela:
- Ouviu o que conversavam os dois sujeitos?
Ela:
- Ouvi.
- E o que acha?
- Você está famoso.
- Estou, mas gostaria de perguntar aos dois o que acham de um escritor.
- Por que?
- Porque na minha opinião um escritor é um individuo que escreve, e nada mais.
- É, mas o senhor agrada.
- Aí eu fico satisfeito.
E fui para o meu escritório. E comecei a escrever.
A conversa dos dois me lembrou minha mãe. Ela dizia o que eu disse, que um escritor é um homem como outro.
E este conto veio até aqui. E eu preciso terminá-lo.
Isso não é difícil. Assim que terminá-lo vou divulgá-lo na Internet, na Academia de Contos.
E aqui estou alegremente copiando o texto do conto. Agora preciso mesmo de um final.
Às minhas costas me falam:
- Ei, vai ficar famoso!
- Ah, quem dera!
- Então descanse um pouco.
Olho para trás, e quem me fala é minha namorada. Eu olho-a e sorrio para ela.
Ela se aproxima e me beija os lábios. Eu peço:
- Espera aí, já estou terminando.
E termino, e digo para mim mesmo:
- Agora vou namorar.
E saio com a minha namorada. E vamos a um bar. Relaxar. Porque ela também estava vindo do trabalho dela.