E lá ia ele. Batina puida, andando ligeiro. Bíblia debaixo do braço, em direção ao bairro dos mais pobres. Eu o admirava.
E, por orentação do frei que me recebeu, eu fiquei a esperá-lo.
Ele tinha sido meu professor de física no segundo grau. E desde então foi para mim um diretor espiritual.
E a última vez que eu o vira faziam meses.
Foi ele quem me disse, e eu não me esqueço:
- Deus é amor.
E então ele retornou e eu ali o esperando. Ele abriu o pequeno apartamento que ocupava no convento e me convidou.
Eu não fiz outra coisa senão entrar depois dele.
- Como vai você, meu amigo?
Eu o olhei e vi os cabelos brancos dele. Ele tinha envelhecido, claro tinha sofrido a ação do tempo.
Eu respeitosamente respondi:
- Com a ajuda de Deus, eu vou bem.
- Ôi meu caro, todos nós só vamos com a ajuda de Deus.
E ele continuou:
- Mas fico agradecido, como religioso, de você reconhecer que é com a ajuda de Deus que vai bem.
Eu sorri para ele, claro, aquilo eram as maneiras de bem me receber costumeiramente.
E ele:
- A que vem?
Ao que eu respondi:
- Frei Jordano, vim para me aconselhar em Deus.
E ele:
- E qual é a dúvida agora?
Eu:
- Comecei a namorar e vim receber sua benção.
Ele não se espantou. E foi sorrindo que me aconselhou:
- Meu caro, desde que o namoro seja sério eu digo a você que eu o abençoo.
Eu me senti abençoado e conversamos frivolidades, eu e ele.
E chegou a hora de me despedir e partir.
Ele sentiu isso e me disse:
- Vá em paz.
E aqui estou contando um aconselhamento de Frei Jordano. E me casei e estou casado até hoje.
Com todo amor do mundo eu escrevi isto.