A boneca da Xuxa
Robson Pinheiro Cruz
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 20/07/25 19:10
Editado: 21/07/25 20:31
Avaliação: Não avaliado
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Notas de Cabeçalho

Título:A boneca da Xuxa

Autor:Robson Pinheiro Cruz

Data: 25/05/2024

Capítulo Único A boneca da Xuxa

Em uma noite escura e chuvosa, nos confins de uma pequena cidade chamada Sorocaba, havia uma casa modesta onde vivia uma família de três pessoas: a mãe, Dona Maria, seu marido, Sr. João, e sua filha pequena, Ana. A família enfrentava dificuldades financeiras, e a mãe, desesperada para alegrar a filha, prometeu que, de alguma forma, conseguiria a tão desejada boneca da Xuxa.

Na manhã seguinte, Dona Maria acordou com uma sensação estranha. A chuva batia nas janelas, e o vento uivava como se carregasse segredos sombrios. Ao abrir a porta da sala, encontrou um envelope preto no chão. O papel estava encharcado, mas as palavras escritas a tinta vermelha eram nítidas: “Para a boneca da Xuxa.” Ela olhou ao redor, mas não havia ninguém na rua. Tremendo, Maria abriu o envelope e encontrou uma quantia exata de dinheiro. Era o suficiente para comprar a boneca. O medo e a gratidão se misturaram em seu peito enquanto ela trancava a porta. O coração de Dona Maria disparou, e a senhora desmaiou.

Feliz da vida, Dona Maria se dirigiu à loja de brinquedos. A boneca era linda, com cabelos loiros e um sorriso cativante. Ana a abraçou com entusiasmo, e Dona Maria sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Mas ela ignorou o pressentimento e entregou a boneca à filha.

À noite, quando todos dormiam, a boneca da Xuxa ganhou vida. Seus olhos de vidro brilharam com uma luz maligna, e sua boca se abriu em um sorriso sinistro. Ela se aproximou do quarto de Ana, e suas pequenas mãos delicadas transformaram-se em garras afiadas.

Ana acordou com um arrepio na nuca. A boneca estava em pé ao lado de sua cama, olhando fixamente para ela.

— Você me pertence agora — sussurrou a boneca com uma voz que parecia vir de outro mundo.

Ana tentou gritar, mas sua garganta estava paralisada pelo medo. A boneca arranhou Ana, rasgando sua pele delicada. O sangue escorreu, e a menina soltou um gemido abafado. A criatura continuou a atacar, com seus olhos sem piedade estrangulando a menina. Quando o sol nasceu, Ana estava morta, e a boneca da Xuxa estava de volta à sua posição inanimada.

A notícia se espalhou pela cidade. As unhas da boneca estavam manchadas de sangue, e os moradores ficaram horrorizados. A catedral foi cercada por fiéis em busca de proteção divina. Dona Maria, culpada e desesperada, queimou a boneca em uma fogueira improvisada, mas o mal já estava feito.

Seu João chegou do trabalho e encontrou Maria desmaiada na sala, com o dinheiro e o envelope no colo. Ele abanou a esposa e pegou água, acordando-a.

“Na verdade, tudo que se passou foi apenas um baita susto, ou seria um déjà vu?”

Dona Maria contou ao esposo o desenrolar do pesadelo, e João, assustado, a aconselhou a não contar para a filha o acontecido e a guardar o dinheiro. Clara chegou da escola com uma surpresa: havia ganhado uma boneca da Xuxa de brinde numa rifa da escola. Os pais se entreolharam e se benzeram. Até hoje, a lenda da boneca da Xuxa assombra Sorocaba.

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Notas de Rodapé

Boneca da Xuxa: Um brinquedo popular nos anos 1980 e 1990, associado à apresentadora infantil Xuxa Meneghel. Apesar do sucesso, a boneca virou tema de diversas lendas urbanas no Brasil, geralmente com teor sobrenatural.

Sorocaba: Cidade do interior de São Paulo, frequentemente mencionada em contos e lendas urbanas por seu clima místico e histórias populares.

Envelope preto: Em contos de terror, objetos incomuns como esse costumam simbolizar pactos ocultos, mensagens do além ou presságios sombrios.

"Você me pertence agora": Frase típica de entidades possessivas em narrativas sobrenaturais. Marca o momento em que o protagonista perde o controle da situação.

Déjà vu: A sensação de já ter vivido algo, mesmo que isso pareça impossível. Em histórias de terror, pode representar lapsos temporais, realidades paralelas ou memórias reprimidas.

Rifa escolar: A coincidência de Clara receber uma nova boneca da Xuxa por meio de uma rifa alimenta o ciclo do horror, sugerindo que o mal é persistente e não foi destruído com a fogueira.

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