Muitas coisas os homens e mulheres não entendem na minha vida.
Mas quem vive comigo ou trabalha comigo logo percebe.
Eu amo os livros. Tanto que até fiz meu nome literário. Hoje sou poeta, contista e cronista.
E eu lia, desde menino, estimulado por meus pais.
E meu pai faleceu, veio a minha hora de ganhar a minha vida.
E lá fui. Correr atrás. Tive seis empregos e me sai bem até que me aposentei.
E mesmo trabalhando eu lia. Ia com minha pasta cheia de livros. E lia nas horas vagas.
Aprendi a trabalhar, que meu trabalho saia com facilidade.
E foi trabalhando e estudando que peguei gosto pelo trabalho escrito.
E assim ganhei meu primeiro concurso literário.
O que veio a me dar um nome. E aqui estou escrevendo.
E por já ter nome literário foi que vim para o interior.
E hoje digo que sou mesmo é um homem do interior. Nasci no interior e vivo no interior.
E foi estando aqui que as portas para a minha escrita literária se abriram.
Hoje me pergunto: o que quero mais? A minha empregada que é uma pessoa resolvida e que sabe das coisas me disse:
- Não vejo problema em você escrever. - Eu perguntei a ela sobre.
E além de não ver problema para ela eu escritor, ela me deu exemplo:
- Veja, quantos mais pobres que você querem ser escritores.
Eu pensei:
- Compro dois livros por mês, e leio-os no correr do mesmo mês.
E continuei pensando:
- Tenho tempo, pois já não trabalho. E aposentado, sou Acadêmico de Letras. Nada mais que três Academias abrigam meu nome. Como Acadêmico Correspondente.
E achei por bem escrever isto. Pois devia eu, meu tributo aos livros.
E realmente amo os livros. É como contribuo para a sociedade humana, escrevendo.
E o amor aos livros não é coisa só minha.