Giulian, Anali e César não eram apenas arqueólogos renomados, eram devotos da mitologia grega, fascinados pelos mistérios enterrados sob as pedras de Atenas. Entre visitas ao Museu Arqueológico Nacional, à Acrópole e ao Museu Bizantino, eles buscavam mais do que relíquias: buscavam respostas para o inexplicável.
Giulian, o jovem italiano de olhos azuis intensos e cabelos dourados como o sol do Mediterrâneo, tinha um dom raro, era sensitivo. Acreditava que nada acontecia por acaso, que o destino era uma força viva, moldando cada passo. Seu corpo, esculpido como os deuses que estudava, irradiava charme e magnetismo. Mas seu coração pulsava por Anali.
Anali, a dinamarquesa ruiva de olhos âmbar e sorriso encantador, parecia saída de um mito. Esbelta, sensual, com lábios carnudos e uma aura que lembrava Afrodite em carne e osso — ela também nutria um amor profundo por Giulian… e por César.
César, o portorriquenho de presença imponente, com 1,98 m de altura e músculos talhados por natação e corrida, era o mais reservado dos três. Mas sua beleza era inegável, olhos negros como obsidiana, cabelo igualmente escuro, e um corpo que parecia ter escapado de um filme adulto. Ele não precisava dizer muito para dominar olhares.
Juntos, formavam um trisal intenso, apaixonado e inseparável. Entre escavações e noites sob o céu grego, viviam uma conexão que desafiava convenções — uma verdadeira quimera de desejo, mistério e descobertas.
Passos apressados ecoavam entre as árvores enquanto Giulian tentava escapar do bosque envolto em névoa. A lua cheia pairava no céu como um olho vigilante, e vagalumes dançavam entre os galhos, criando um contraste mágico com o terror que se aproximava. A névoa era espessa, quase viva, e no silêncio cortado apenas por rugidos, balidos, sibilos e bater de asas — o jovem arqueólogo sentia o mundo desmoronar ao seu redor.
De repente, uma sombra colossal surgiu entre as brumas. Giulian parou, o coração disparado. A criatura era indescritível — uma fusão de pesadelos e mitologia. Tinha o porte e cabeça de um leão, o corpo lanoso de um carneiro, e na cauda, uma cabeça de serpente, semelhante a uma naja, com olhos hipnóticos e presas venenosas. Suas asas eram imensas, negras como a noite, pulsando com uma energia ancestral.
Ao lado da besta, caminhava uma mulher de aparência grotesca — uma figura curvada, com pele enrugada e olhos vazios, como uma feiticeira saída de um conto sombrio. Em suas mãos, ela segurava dois corações ainda pulsantes, gotejando sangue fresco.
Num átimo de segundo, Giulian foi tomado por uma visão brutal: a criatura avançava sobre César e Anali, rasgando-os como bonecos de pano com suas garras afiadas. O grito de Anali ecoou em sua mente, seguido pelo silêncio absoluto. Quando voltou a si, caiu de joelhos diante da cena real — os corpos dos dois jaziam no chão, ensanguentados, com os peitos abertos em cortes profundos. O de Anali estava sem cabeça.
Era uma cena horrenda, digna dos filmes de terror mais viscerais — mas ali, no coração do bosque, era real. Giulian gritou, mas o som se perdeu na névoa.
— Você precisa evoluir seu dom, jovem mago... — sibilou a megera, com voz rouca e ancestral. — A fera te poupou desta vez, mas se não assumir sua posição, o próximo encontro poderá serfatal.
A criatura ao seu lado, com olhos de serpente e asas pulsantes, fitou Giulian com uma intensidade que atravessava carne e alma. Ele sentiu como se fosse despido por dentro — como se a besta o conhecesse, como se houvesse algo nele que a atraía... ou a pertencia.
E então, tudo se dissolveu.
O quarto estava quente, envolto em suspiros e lençóis revirados. César gemia baixinho, saboreando cada investida de Anali, que o envolvia com os lábios como uma deusa em ritual de prazer. Seus corpos se moviam em perfeita sincronia, como se o mundo lá fora não existisse.
— Amor... está tão gostoso... continua... — murmurou César, os olhos semicerrados, perdido no ápice.
Mas o grito cortou o ar como uma lâmina.
— Aaaah! Socorro! — Giulian despertou em pânico, o corpo suado, os olhos arregalados. Estava na mesma cama, ao lado dos dois, mas parecia ter voltado de um abismo.
O clima se quebrou instantaneamente. Anali se cobriu, assustada. César se inclinou, preocupado.
— Giu, o que houve? Fica calmo... estamos aqui. Foi só um pesadelo. — disse César, tentando acalmá-lo.
Mas Giulian não piscava. A respiração ofegante, o olhar fixo no vazio.
— Não... aquilo não foi um sonho. Foi um aviso. — murmurou, com a voz trêmula, mas firme. — A Quimera virá atrás de nós.
O quarto, antes cheio de desejo, agora pulsava com tensão. Algo havia mudado. E os três sabiam — o prazer, o amor, a conexão entre eles... tudo estava prestes a ser testado por forças que nenhum deles compreendia completamente.
Giulian olhou para os dois, os olhos ainda marejados, mas agora com uma chama diferente. Ele sabia que não podia mais fugir.
A Quimera os havia marcado.
E ela voltaria.
Continua...