Naquela noite sombria, em um antigo castelo abandonado, a escuridão reinava e o vento uivava assustadoramente. Na entrada do castelo, erguia-se uma estátua sinistra de uma gárgula com olhos vazios, dentes pontiagudos, língua de serpente e asas ameaçadoras.
No interior, atrás do altar da capela, repousava um antigo artefato sagrado que, segundo a lenda, poderia aniquilar as forças do mal. Os moradores locais evitavam se aproximar do castelo, acreditando que as forças das trevas assumiam uma forma sombria nas noites de lua cheia e condenava à morte qualquer um que ousasse se aproximar do antigo castelo.
No entanto, um grupo de jovens intrépidos decidiu desafiar o medo e explorar o castelo naquela noite fatídica. Ao chegarem à entrada, sentiram um calafrio percorrer suas espinhas ao encarar uma gárgula esculpida em mármore negro, que os observava ameaçadoramente. À medida que se aproximavam, a atmosfera tornava-se densa e assustadora.
Omar e Gael decidiram entrar no castelo, enquanto os outros permaneceram do lado de fora para vigiar. Ao explorarem o pátio, encontraram um cenário de destruição: o velho lago estava seco e teias de aranha cobriam tudo. Ao chegarem à capela, depararam-se com a lendária cruz de São Sebastião.
Dizia-se que o castelo fora habitado por um rei e sua família. No entanto, enganado por um demônio num pacto de sangue, o rei foi transformado em uma criatura das trevas, condenando sua esposa, filha e todos os criados a um destino trágico, pois a criatura impiedosa devorou-os um a um.
Enquanto isso, Nathan, Leo e Raí, do lado de fora, cochilavam sob a lua cheia, quando em determinado momento a gárgula surgiu em um voo rasante, arrancando a cabeça de Raí e esguichando sangue nos outros dois. A besta voadora não teve piedade, arrancando o coração de Leo e mordendo o pescoço de Nathan.
Os gritos ecoavam pelo castelo, e os dois jovens que estavam dentro perceberam que precisavam sair dali. Imediatamente, a criatura trevosa tomou conta do recinto, indo ao encalço dos meninos. Sem armas, Gael, o mais novo, baixinho e com sardas, teve uma ideia: pegou a cruz de São Sebastião e a ergueu com determinação em direção à gárgula.
Para surpresa de ambos, a criatura recuou, encolhendo-se e soltando um urro ensurdecedor. A cruz emitiu uma luz divina, enfraquecendo a gárgula. Com um último rugido, a criatura começou a se desfazer, suas escamas ásperas dando lugar à pele humana. Os ossos estalaram, as asas encolheram até sumirem, e o corpo assumiu a forma humana, um homem com cerca de trinta anos. Era o rei Bernard, liberto do domínio das trevas.
A lenda da cruz de São Sebastião e da gárgula ficou gravada na memória daqueles dois jovens, que nunca mais ousaram adentrar locais abandonados e nem desafiar as forças sobrenaturais. A cruz foi levada ao monastério da região, e Bernard foi nomeado cavaleiro templário na luta contra o mal.