O Convento de Santa Bárbara
Robson Pinheiro Cruz
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 17/09/25 12:00
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Notas de Cabeçalho

Título: O Convento de Santa Bárbara

Autor: Robson Pinheiro Cruz

Data:01/17/2023

Capítulo Único O Convento de Santa Bárbara

No coração de uma serra rodeada por uma densa e sombria floresta, havia um antigo castelo, conhecido como o Convento de Santa Bárbara. As freiras que ali viviam eram conhecidas por sua devoção fervorosa e isolada, mas poucos sabiam que algo estranho acontecia no local. As freiras do convento não mantinham contato algum com os moradores do vilarejo; os mantimentos eram entregues por Frey Eymen, que os levava em uma carroça puxada por um burro, que sempre empacava na chegada do convento, como se algo invisível o incomodasse.

As crianças do vilarejo próximo desapareciam misteriosamente, e alguns mais velhos, inebriados pelo medo, sussurravam histórias sobre o antigo castelo, que há algum tempo servira de convento.

Certa noite, Ayla, irmã de Aylin, uma das crianças desaparecidas, decidiu procurá-la no antigo castelo. Esperando até que a lua estivesse alta no céu, esgueirou-se pela floresta, chegando aos portões enferrujados do convento. Com o coração batendo forte, Ayla entrou silenciosamente.

Ela encontrou corredores escuros e frios, iluminados apenas pela luz fraca das velas. O ar estava pesado com o cheiro de incenso e algo mais, algo metálico e nauseante. Ayla seguiu os sons de cânticos distantes, que a levaram até uma grande sala subterrânea.

Lá, ela viu as freiras reunidas em torno de um altar de pedra, onde uma criança estava amarrada. As freiras, com os olhos brilhando, entoavam cânticos em uma língua antiga e desconhecida. A menina sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao perceber que estava testemunhando um ritual macabro.

Antes que pudesse reagir, uma das freiras a viu e gritou. As outras se viraram, e Ayla viu seus rostos distorcidos pelo ódio e pela loucura. Ela tentou fugir, mas as freiras a cercaram rapidamente. Com uma força surpreendente, elas a arrastaram até o altar.

Ayla lutou desesperadamente, mas era inútil. As freiras começaram a entoar novos cânticos, e a indefesa menina sentiu uma escuridão profunda envolvê-la. Seus gritos ecoaram pelas paredes de pedra, mas ninguém veio em seu socorro. No momento final, ela viu os olhos da criança, cheios de terror e desespero, antes que tudo se apagasse.

Estava feito; as noivas de Satã haviam realizado dois sacrifícios sem dó nem piedade. Até quando crianças iriam desaparecer? Até quando as freiras ficariam impunes?

❖❖❖
Notas de Rodapé

Convento de Santa Bárbara — Nome fictício, inspirado em construções religiosas coloniais comuns em Minas Gerais, evocando mistério e tradição.

Frey Eymen — Personagem simbólico, representa a ponte entre o mundo externo e o isolamento do convento. O comportamento do burro sugere uma sensibilidade animal ao sobrenatural.

Ayla e Aylin — Nomes de origem turca que significam “luz da lua” e “halo da lua”, respectivamente. A escolha reforça o vínculo entre as irmãs e a ambientação noturna da narrativa.

Ritual macabro — Elemento central do terror, inspirado em lendas sobre cultos secretos em locais religiosos abandonados. A língua desconhecida e os cânticos criam atmosfera de mistério ancestral.

Noivas de Satã — Expressão usada para intensificar o horror e a inversão da imagem tradicional das freiras. Sugere uma seita que se esconde sob o véu da fé.

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