No coração de uma serra rodeada por uma densa e sombria floresta, havia um antigo castelo, conhecido como o Convento de Santa Bárbara. As freiras que ali viviam eram conhecidas por sua devoção fervorosa e isolada, mas poucos sabiam que algo estranho acontecia no local. As freiras do convento não mantinham contato algum com os moradores do vilarejo; os mantimentos eram entregues por Frey Eymen, que os levava em uma carroça puxada por um burro, que sempre empacava na chegada do convento, como se algo invisível o incomodasse.
As crianças do vilarejo próximo desapareciam misteriosamente, e alguns mais velhos, inebriados pelo medo, sussurravam histórias sobre o antigo castelo, que há algum tempo servira de convento.
Certa noite, Ayla, irmã de Aylin, uma das crianças desaparecidas, decidiu procurá-la no antigo castelo. Esperando até que a lua estivesse alta no céu, esgueirou-se pela floresta, chegando aos portões enferrujados do convento. Com o coração batendo forte, Ayla entrou silenciosamente.
Ela encontrou corredores escuros e frios, iluminados apenas pela luz fraca das velas. O ar estava pesado com o cheiro de incenso e algo mais, algo metálico e nauseante. Ayla seguiu os sons de cânticos distantes, que a levaram até uma grande sala subterrânea.
Lá, ela viu as freiras reunidas em torno de um altar de pedra, onde uma criança estava amarrada. As freiras, com os olhos brilhando, entoavam cânticos em uma língua antiga e desconhecida. A menina sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao perceber que estava testemunhando um ritual macabro.
Antes que pudesse reagir, uma das freiras a viu e gritou. As outras se viraram, e Ayla viu seus rostos distorcidos pelo ódio e pela loucura. Ela tentou fugir, mas as freiras a cercaram rapidamente. Com uma força surpreendente, elas a arrastaram até o altar.
Ayla lutou desesperadamente, mas era inútil. As freiras começaram a entoar novos cânticos, e a indefesa menina sentiu uma escuridão profunda envolvê-la. Seus gritos ecoaram pelas paredes de pedra, mas ninguém veio em seu socorro. No momento final, ela viu os olhos da criança, cheios de terror e desespero, antes que tudo se apagasse.
Estava feito; as noivas de Satã haviam realizado dois sacrifícios sem dó nem piedade. Até quando crianças iriam desaparecer? Até quando as freiras ficariam impunes?
				
		
		
		
				
						
				
