Igual
True Diablair
Tipo: Lírico
Postado: 14/05/16 20:34
Editado: 15/05/16 15:06
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 3min a 4min
Apreciadores: 10
Comentários: 8
Total de Visualizações: 902
Usuários que Visualizaram: 18
Palavras: 590
Não recomendado para menores de dezesseis anos
Notas de Cabeçalho

Dedicado exclusivamente à garota de Heidelberg.

Esta obra não fez, faz ou pretende fazer quaisquer tipos de apologias.

Capítulo Único Igual

Uma... Pessoa resolve passear

Sem rumo certo a tomar

De incomum, nada se nota

(Por fora... Por fora.)

Discrição natural, inconsciente

Caminha (definha) lentamente

Uma vez entre a multidão,

Sente desejo de mutilação:

O anseio da destruição

Formiga-lhe o coração.

Olha para todas aquelas pessoas

E imagina o vermelho em suas roupas

Surgindo, tingindo, se esvaindo

Tudo ficando tão rubro... Tão lindo...

O casal de garotos abraçados?

Ainda unidos, mesmo aos pedaços.

Mesmo a criança que passa?

Inocência esparramada na calçada.

E quanto ao senhor de idade?

Sabedoria também se reparte.

Até aquele cão vira-lata?

Do avesso, vira arte abstrata.

Tudo e todos, sem assombro?

Tons escarlates combinam com escombros.

Segue, prossegue, não consegue

Fazer que o monstro interno sossegue

Apenas o esconde e acorrenta

Mas em seu íntimo, ainda o alimenta

Ouvindo o misto de bramidos,

Sussurros, ofensas e pedidos

Da Besta-Fera que luta e implora

Por uma chance de ir para fora...

Quem fitasse seu olhar um pouco

Nunca veria as íris de um "louco"

Apenas um nivel perigoso de tédio

Que dos anseios aumentava o assédio

Enquanto caminha por entre os outros

A quem já nem consegue enxergar-lhes o rosto;

Manequins que respiram, se movem

E (na sua mente, nas suas mãos) morrem.

Se conformando (deformando) com a realidade,

Continua o percurso pelas ruas da cidade

Até que, ao dobrar uma esquina qualquer

Eis que depara com uma mulher

As pupilas dilatam, o coração acelera:

Os olhos dela... Sim, os enxerga!

São de um castanho profundo como o Abismo

O marasmo dele próprio neles repetido

Ambos estacam, cada qual em seu lugar,

Sentindo o monstro de um ao outro notar

A passagem do tempo parece suspensa...

Distância, surpresa, silêncio, certeza:

Embora tal fato não seja proposital,

Estavam diante de um (de algo) igual.

No firmamento, se põe o astro-rei

No lábios, uníssono: "FINALMENTE TE ENCONTREI..."

Cada um saca duas armas e aponta

Gritos, correria; o caos se agiganta

Quando, à revelia e sem hesitação

Atiram nas pessoas que obstruem a reunião

Cabeças estouram, vidraças estilhaçam

Corpos se retorcem, armamento fumaça

Um carro explode, o bar incendeia

Cada bala que zune, a Morte norteia

É uma verdadeira orgia de matança

Sem aviso, nem plano ou qualquer vingança

O céu e o ar ganham um tom carmesim

Conforme o dia (a vida) chega ao fim

Ambos mantém a indescritível defrontação

Acertando os alvos por pura inspiração

Quietude assassina reina ao redor

Munição findando: sabiam de cor

Se aproximam (incrédulos) um pouco:

Possuem as mesmas armas de fogo!

Sentem algo estranho com a proximidade

Impressionados com tamanha familiaridade

Os cães são puxados, as mãos não tremem

Nem perante o longínquo som das sirenes.

Se fitam atentamente por um momento,

Tomados por algo. Seria um sentimento?

Se for, qual é? Não sabem explicar.

E o vácuo, o asco, a apatia? Não há.

Não naqueles segundos ínfimos

Em que, se sentindo tão íntimos,

Sabem muito bem o que fazer

Mesmo sem uma única palavra dizer

Um par de gargalhadas é tudo que ecoa

Antes que cada um dos gatilhos se mova

Tudo fica como que em câmera lenta

Quando em seus corpos a salva entra

Uns poucos dirão que ouviram estampidos

Todavia, o que eles escutam sãos furiosos rugidos

Monstros à solta, todo grilhão se quebra;

Com brutal extermínio, o cativeiro se encerra

E então, cada qual com um sorriso aterrador

Mata e morre, sem culpa nem dor

Murmurando em seu suspiro sangrento

Somente um adeus e um agradecimento.

Se pudessem ver seus cadáveres também,

Concordariam como o vermelho lhes caíra bem...

❖❖❖
Notas de Rodapé

Aquém do merecimento e agradecimento. Entretanto, que possa entreter ao menos minimamente.

Grato pela leitura e quaisquer reviews...

HIATUS.

Sem mais.

Apreciadores (10)
Comentários (8)
Comentário Favorito
Postado 06/08/16 10:15

Que texto lindo. Sério, tô impressionado. Tornaste a matança e a loucura em coisas puras. Eu tava torcendo que eles matassem todo mundo, só para vê-los tão felizes quanto ficaram por mais tempo.

Tá genial. Parabéns!

Postado 16/08/16 04:00

Genial é um atributo que lhe pertence e lhe descreve muito bem, meu caro e excelso amigo! Muitíssimo obrigado por um comentário tão magnífico e enaltecedor! Gratíssimo, gratíssimo!

Postado 14/05/16 23:04

Me senti num campo de extermínio viu. Se era essa a sua intenção, parabéns. rs

Postado 15/05/16 15:02

É muito gratificante saber que consegui gerar tal efeito na senhorita mediante este texto! Tal fato sem dúvida deixa-me exultante!

Gratíssimo, Srta Freitas! Gratíssimo!

Postado 15/05/16 18:50

Armas, sanguinolência, casal violento. Ainda por cima concentrado num poema.Tudo que eu gosto de ler :D

Ótimo! Espero que esse hiatus não continue por mt tempo...

Postado 18/05/16 03:48

É deveras gratificante saber que pude entretê-la reunindo tantos aspectos que ambos apreciamos! Gratíssimo pelos elogios, Jovem Poder!

Quanto ao Hiatus... Desculpe-me...

Postado 16/05/16 13:39

Tem como ser mais perfeito? Claro que não!

*-------------*

Eu li hiatus? Oi?? Como? Quando? *pegando as espadas*

Postado 18/05/16 03:53

Quanta gentileza em tão poucas palavras... Esse lado psicopata da senhorita fascina-me. Gratíssimo pela honraria, Srta Flávia.

Quanto ao Hiatus, nem se dê ao trabalho de me ameçar ou torturar. Tais coisas somente iria agravar (ou mesmo tornar permanente devido às lesões) minhq ausência...

Postado 18/05/16 17:56

Que maravilhoso! Não sei porque, mas as narrativas pareciam tão reais e tristes, em toda a extensão dessa arte.

Postado 18/05/16 19:02

Sua sensibilidade perde somente para sua gentileza e candura, Srta Julih-chan... Muito obrigado por prestigiar esta doentia obra com sua leitura e feedback tåo positivo e reflexivo!

Gratíssimo! Gratíssimo!

Postado 20/02/17 09:06

Diablar, que texto excelente. A descrição e a forma como as palavras se abraçam só poderiam ser criadas por você mesmo. Parabéns pelo ótimo texto!

Postado 20/02/17 20:08

Eu me sinto muito lisonjeado quando recebo um review tão positivo e enaltecedor como o da senhorita. Tanto que nem sei como responder, somente agradeço de todo o meu maldito e doentio coração!

Gratíssimo! Gratíssimo!

Postado 30/04/17 01:43

Que cena linda. Criatividade é tudo de bom... Um dia eu vou ter tamanho arsenal de ideias belas como as suas. Um dia...

Obrigado por postar. (sim, eu imaginei tudo ou quase tudo)

<3

Postado 30/04/17 01:55

Na verdade, tudo é doença... Nada mais...

Que este dia ou noite venha o mais breve e com todo o poder possível!

Sou eu quem agradeço de todo o mei maldito e enegrecido coração por ter lido e comentado tão positivamente mais esta obra, Srta Shizu! Gratíssimo!

Postado 16/08/17 17:16

Antes de mais nada, preciso dizer que essas rimas foram lindas, maravilhosas e perfeitas!!

Jamais imaginei que fosse possível rimar de forma tão bela e hedionda!!!

Simplesmente fascinante!!

Agora, sobre o poema em si...

Que coisa mais bela! Vi no gênero: "romântico", e desconfiei que seria algo nesse nível, estupendo e inebriante em todos os sentidos possíveis!!

Sinceramente, tudo lindo demais e maravilhoso demais!!

Um abraço, de uma criatura que brilha carmesim ao luar...

Meiling!

Postado 16/08/17 20:25

Sua gentileza e entusiasmo roubam-me as poucas palavras que ainda possuo...

Muitíssimo obrigado, Sr Yukari! Gratíssimo!

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