Abro a janela do meu quarto e vejo um mundo parado. Mas parado mesmo! Até parece tênis para corrida de gordo. Assim, pergunto-me: o que está acontecendo com esse mundo? Por que ninguém se mexe? Por que está tão parado?
Para procurar a resposta, olho ao meu redor. A coberta que estava no chão desde o Natal continua lá. O quadro torto na parede continua torto. A janela suja de dedos está cada vez mais marcada.
Percebo, então ,que o mundo para porque eu paro. O mundo dá às pessoas o que as pessoas dão a ele. O mundo não se interessa pelo que passa pela mente das pessoas, pelo que elas anseiam ou pelos títulos que possuem. O mundo quer ação, quer que as pessoas lhe ofereçam algo concreto — algo além de palavras e desejos —, para, consequentemente, retribuir.
Portanto, concluo que não é o mundo que está parado, mas sim eu. Que lástima! Seria tão mais fácil a culpa ser dos outros, mas não é a realidade. Por isso, para ver o mundo alegre, próspero, movimentado, eu preciso, neste exato momento, me mexer. Preciso fazer algo maior do que escrever esse texto.