É isso!
É essa sensação
Tomando minha mente,
Essa loucura rubra
Borrando a visão!
É essa coisa maldita
Sem explicação,
Malevolência explícita
De total imersão
Em toda a minha intensa
E imensa escuridão
Que busco outra vez!
Foi ela quem fez
A gente criar essa confusão
Difícil de explicar
E irresistível de antemão!
As batidas
Do meu coração
Ficam misturadas
Com as da sua cabeça
Rachando no chão!
Meu sangue fervendo
O seu vertendo
Junto com suas lágrimas
E os seus gritos
E minha gargalhada!
Seu corpo tremendo
Em espasmos tão fortes
Quanto os meus golpes
E foram tantos,
Tantos que dei...
Mãos nuas
Sem intermediários
Ambos vamos
Sentir isso
In natura
E você lutando tanto
Pela sua vida
Quanto eu me esforcei
Para arrancá-la
Assim como fiz com sua pele
E a carne que vinha
A cada mordida!
Foi uma longa briga
Mas você nunca teve chance.
Também, todo aquele sangue
Escorrendo, jorrando,
Me empolgando,
Com certeza fez falta
Para nós dois.
Eu confesso:
Destruir uma pessoa
Com minhas próprias mãos,
Com unhas e dentes,
(Literalmente)
É cansativo;
Para me sentir vivo
Faço qualquer coisa!
Ultraviolência
Sem limite conhecido
Com qualquer um
Que eu possa pegar
E brutalizar ao ponto
Em que você está chegando:
O do não reconhecimento
Exceto exames de DNA,
O da ânsia de vômito
Instantânea
Das pessoas
Só de ver o resultado
De nossa interação,
O da comoção generalizada
Ao descobrirem o quanto
Você sofreu aqui...
Tão comovidos
Quanto eu agora
Só observando
Seus últimos suspiros
Mais parecendo ganidos
De uma coisa destroçada
Se desfazendo em
Tantos ferimentos
Que parece uma versão
Infernal de Picasso
Excessivamente escarlate
Trucidada aos meus pés
"A Arte do Demônio",
Eu diria
Sorrindo orgulhoso,
Ofegante, desejoso,
Quero, ah como quero,
Quero de novo...
Quero mais!
Seu marido já foi
Bom, seus pais
E seus filhos
Serão os adicionais!
Família unida
Aos pedaços:
Me agradeçam no Inferno
Por tamanha proximidade!
A vida é bela.
Tomá-la é muito,
MUITO mais!