Terceiro andar
Mariana Heloise
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 05/10/20 21:25
Editado: 23/10/20 13:53
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 4min a 6min
Apreciadores: 7
Comentários: 5
Total de Visualizações: 1419
Usuários que Visualizaram: 16
Palavras: 743
Não recomendado para menores de dez anos

Esta obra participou do Evento Academia de Ouro 2020, indicada na categoria Terror ou Horror.
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Notas de Cabeçalho

Hey pessoal, essa história pertence ao desafio do OPMP, o tema desse mês foi "terror/horror". Confesso que não possuo muito contato com esse gênero, mas fiz o melhor que consegui, usei algumas lendas da minha antiga escola pra fazer o texto e a situação da câmera aconteceu mesmo (eu ainda acho que não era espirito, mas...). De qualquer forma acontecia muita coisa no terceiro andar da escola, como as portas batendo, quadro que mudava e o piano que tocava sozinho, era muito divertido assustar os novatos. Espero que gostem bye ~

~Desenho da capa de minha autoria~

Capítulo Único Terceiro andar

“Aquele dia havia sido agradável, mas naquele momento o vento frio batia fortemente contra as janelas antigas, o barulho era assustador e o vento que conseguia passar pelos vidros batia contra o rosto de Leo. A noite estava mais fria que o normal para o mês de agosto, mas em Curitiba isso era algo comum, o clima da cidade gostava de brincar com seus moradores. Os cabelos loiros do jovem balançavam no ritmo da ventania e os lábios do loiro estavam trêmulos, quase ninguém ia até o terceiro andar a essa hora, contudo, isso não o impediria de continuar. Leo e mais cinco amigos resolveram averiguar o suposto fantasma que apareceu nas filmagens da câmera de segurança na noite anterior.

A escola era bem conhecida, afinal um prédio rosa no centro da cidade não passava despercebido, assim como os rumores das assombrações que rodavam a estrutura com mais de cem anos. As lendas eram variadas, existia até um livro na biblioteca sobre elas, as mais conhecidas eram a da menina que tocava piano ao anoitecer e a do quadro cujo homem nele pintado mudava a expressão e o objeto em suas mãos conforme quem olhava. Leo já havia visto o quadro várias vezes e ele sempre causava arrepios, mas nada se comparava ao medo que o garoto sentia agora.

Na noite anterior a câmera havia gravado um espírito próximo as escadas do saguão principal, os rumores se espalharam, Leo e os amigos resolveram que valia a pena investigar. As escadas de mármore branco pareciam ainda mais assustadores durante a noite, o garoto loiro se lembrava de seu primeiro dia na escola a esse horário e de como ficou aliviado de não estudar no terceiro andar. O vento ainda batia nas janelas e quanto mais subiam a escadaria mais gélido o ar ficava. Os pelos do braço de Leo se arrepiaram e ele podia jurar que ouvia uma respiração próxima demais do seu ouvido, o que não fazia sentido já que ele era o último da fila.

Os amigos do loiro estavam tão assustados quanto ele, mas continuaram o percurso. Ao ritmo que o terceiro andar se aproximava, a respiração no ouvido do jovem parecia mais nítida, assim como o ar se tornava mais gélido. Quando finalmente o garoto pisou no último degrau a respiração parou, todavia o ar ainda era frio, Leo e os amigos caminharam pelos corredores, um dos meninos ainda brincou chamando “hey fantasma”, aquilo deixou Leo incomodado. Quando chegaram na porta do salão nobre, onde ficava o quadro assustador, o som do piano começou a soar e sem dizer nada os amigos de Leo correram o deixando sozinho, e logo quando o garoto estava prestes a fazer o mesmo uma garota apareceu em sua frente, o loiro fechou os olhos e murmurou um pai nosso de qualquer forma, já que sua mente estava toda atrapalhada, a menina aproximou-se e mesmo que a mente de Leo mandasse ele se afastar o corpo não obedecia, a menina sorriu “vamos tocar piano?” perguntou e o garoto gritou, mas nenhum som saiu de sua boca e ele desmaiou.

Quando recobrou os sentidos, Leo estava caído no chão do terceiro andar, o garoto correu escadas a baixo e percebeu um tumulto nos corredores, quando se aproximou o suficiente, percebeu que ali no meio do saguão principal estava seu corpo, os olhos abertos e uma expressão de horror, o garoto tentou se aproximar, contudo não conseguia sair do lugar, as sirenes eram audíveis e os murmúrios também, os amigos que haviam deixado Leo para trás estavam congelados de medo. E assim, o corpo foi levado e o espírito confuso foi deixado ali sem saber para onde ir...”

“Que mentira ‘seu’ José” murmurei, devolvendo o papel velho e amassado onde as palavras haviam sido escritas, mesmo não acreditando muito estava realmente assustada.

“Não sei se é verdade. Foi o antigo vigia que achou esse texto numa noite qualquer há alguns anos” o senhor de sessenta anos comentou alegremente e sorriu “O coitado ficou tão assustado que pediu demissão”.

“Não acredito nisso, vou indo que já está tarde” resmunguei um tchau e segui até o ponto de ônibus, mas antes encarrei o prédio rosa uma última vez e podia jurar que havia alguém na janela do salão nobre, balancei a cabeça para afastar os pensamentos. Enquanto ia para casa me perguntei o quanto da história poderia ser verdade “talvez eu vá ao terceiro andar só para olhar” pensei.

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Apreciadores (7)
Comentários (5)
Comentário Favorito
Postado 24/03/21 17:27

Lendo antes de Ritual.

Provocou arrepios, um sorrisinho de satisfação no fim (que foi magnífico), e um leve medo da volta às aulas presenciais. Isso daria um curta-metragem muuuito bom, no estilo das lendas urbanas do Gugu, hihi.

Parabéns, Mari, espero que o Leo descanse em paz.

Postado 24/03/21 18:26

Fico muito feliz com seu comentário! Quem sabe um dia o curta aconteça! Meu muito obrigada!

Postado 07/10/20 13:59

Por mais que às vezes não acreditamos em algo, sempre fica aquela pontinha de "e se fosse verdade", ou como escrito no seu texto "o quanto disso é verdade?".

Sou da opinião que onde há fumaça há fogo, nem que seja uma mínima fagulha. E as histórias vem de algum lugar né? Nem que seja de algo apenas 0,5% verdadeiro hahahaha

Gostei muito do seu texto! Pobre Leo...

Parabéns e um grande abraço <3

Postado 07/10/20 18:44

Concordo com você! Obrigada abraço! <3

Postado 21/10/20 14:23

Eu amei essa estrutura do seu texto!!! Menina que obra realista!!

Ficou muito legal, fico imaginando o velhinho contando a história. E ao sair seria ter a impressão de alguém te cuidado, aaahh~

Quantas vezes minha cabeça pregou-me peças como essas? Realmente assustador.

Agradeço por compartilhar sua obra e boa sorte no desafio desse mês, eu adorei seu texto!

Assinado uma pequena vampira, <3

Postado 23/10/20 13:46

Muito obrigada! <3

Postado 21/10/20 14:36

Tive aquela sensação de estar lendo uma lenda urbana. E essa sensação foi bom. Diferente da sensação que eu costumo ter lendo. É um estilo de terror mais raro.

Você tem mais assim? Se tiver me passa. Eu gostei.

Postado 23/10/20 13:47

Fico muito feliz! Esse foi o primeiro texto que fiz nesse estilo, mas pretendo fazer outros futuramente! Obrigada!

Postado 26/10/20 17:04

Muito bem escrito e descrito! Parabéns

Postado 27/10/20 00:45

obrigada!

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