Garraduende (Em Andamento)
Sabrina Ternura
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Tipo: Roteiro (Longo)
Postado: 03/06/23 02:19
Editado: 27/11/23 00:44
Qtd. de Capítulos: 5
Cap. Postado: 03/06/23 16:09
Cap. Editado: 03/06/23 16:48
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 5min a 7min
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Palavras: 874
Não recomendado para menores de dezoito anos
Garraduende
Notas de Cabeçalho

Dedicatória: para F., que mesmo longe sempre me mostra a grandeza de sua amizade. O que são alguns quilômetros diante de nosso companheirismo — e, ouso dizer, loucura? Espero que a jornada da Imperatriz nessa obra possa mostrar o quanto essa personagem é extraordinária e o quanto você o é, também. Obrigada por tornar as nossas trocas diárias em aventuras divertidas e por me aceitar do jeitinho que eu sou. Te amo muito!

Terceira Cena Lágrimas de Banyan

TERCEIRA CENA: EXT. MANSÃO DE BLACK - NOITE (22H57)

Quando a jovem de cabelos verdes atravessou o portal e o mesmo se fechou diante de seus olhos, uma profunda sensação de alívio a invadiu, afinal ela tinha feito tudo o que estava dentro de seu alcance para alertar sua família sobre a manipulação que estava sofrendo, assim como havia conseguido se afastar deles, dando-lhes a oportunidade de encontrar um meio de derrotar Rumpelstiltskin durante a ausência dela. Todavia, a Imperatriz sabia que suas ações teriam consequências, pois, ao se distanciar do objetivo do inimigo e sendo o canal de ação deste, ela escolheu um lado: o da sua família. Histórica e literariamente, quando um espião duplo elege um grupo para beneficiar, decerto a parte prejudicada revidará em algum momento.

[Com esse pensamento a vista, ela começou a caminhar com cautela pela larga trilha de terra, buscando ver algum sinal de vida em meio às muitas banyan’s* de tronco retorcido que encontravam-se em ambas as laterais do caminho. Contudo, uma densa neblina começou a se formar e a mesma limitava quase que totalmente a visibilidade do local, tanto que, para ver as próprias mãos, a jovem precisava aproximá-las de seu rosto. Sua vigilância dobrou e ela parou de andar, pois certamente havia algum tipo de anormalidade naquele fenômeno.

Antes de pensar no próximo passo, um toque gélido em sua mão a assustou, porém, no mesmo instante, paralisou-a: ela conhecia quem a tocava. Conforme a pequena mão entrelaçava-se com a dela, um genuíno sofrimento apoderou-se de seu coração e, como forma de se proteger dele, fechou os olhos com força, não desejando ver nem sequer o vazio escuro que se estenderia diante dela. Os machucados nas mãos, o tamanho dos dedinhos, o medo mascarado de coragem transmitido até mesmo pelo mais sutil contato… tudo lhe era tão confortavelmente familiar e, ao mesmo tempo, tão terrivelmente trágico, que ela sentiu que poderia chorar todas as lágrimas guardadas e até mesmo aquelas que nem sabia que poderiam existir].

IMPERATRIZ (em pensamento, com a voz embargada): Kill…

[Todavia, Rumpelstiltskin não havia dado o seu golpe final para fragilizar por completo aquela que havia lhe “traído”. Uma outra mão, tão fria quanto a outra, acariciou sua bochecha amorosamente. Mesmo de olhos bem fechados, a Imperatriz podia ver o sorriso que lhe era lançado, afinal até esses sutis trejeitos ela havia decorado: ele não era o tipo de homem que abdicava de sua naturalidade ao amar. Em seguida, um delicado beijo foi depositado em sua testa e o tremor outrora restrito aos olhos, espalhou-se para o restante de seu corpo, como se aquele gesto de amor que ela conhecia tão bem lhe causasse uma manifestação física do sofrimento ocultado em seu âmago. Por fim, ela sentiu uma mecha de seu cabelo ser afastada, abrindo espaço para que essa pessoa, responsável por seu martírio diário, se aproximasse].

DAMON (sussurrando): Por que você nos deixou morrer, meu amor?

FLASHBACK: INT. MANSÃO JASON (HALL DE ENTRADA) - NOITE (22H56)

TERNURA: Você vai ter alguns problemas para chegar até lá. Há muitas proteções mágicas perto da mansão que podem acabar te levando para locais distantes. Por isso, fique atenta quando começar a ver coisas estranhas, semelhantes a alucinações, e nunca se esqueça do seu verdadeiro objetivo: encontrar Blake.

FIM DO FLASHBACK.

TERCEIRA CENA: EXT. MANSÃO DE BLACK - NOITE (23H15)

[Ela quis dizer a eles todas as palavras que pudessem significar a intensidade de seu arrependimento e mostrar, através de seus olhos, que cada uma delas era verdadeira e que não havia um dia sequer que ela não sentisse falta de ambos. No entanto, o feitiço lançado por Ternura antes da Imperatriz sair da Mansão Jason invadiu os pensamentos da jovem como um enxame de abelhas, trazendo-a de volta para a realidade após essa viagem até o subterrâneo sombrio de sua alma.

Ainda que o houvesse recobrado a consciência, ela não teve coragem de abrir os olhos, pois sabia que se depararia com os motivos de sua maior dor. Portanto, de modo sôfrego, ela passou a respirar fundo com o intuito de acalmar seu corpo trêmulo, assim como buscar nas profundezas de seu coração, a coragem necessária para seguir em frente e encontrar Blake].

VOZ DE FUNDO: Naquele momento, a Imperatriz descobriu que cada um de seus passos tinha um peso capaz de intimidar qualquer tonelada e, conforme se afastava de Kill e Damon, a dor se intensificava: era como se a distância fosse uma espécie de caminhada de martírio. O choro transbordava das pálpebras lacradas pela angústia e era abraçado pelo farfalhar agitado das banyan’s, como se as lágrimas pudessem ser guardadas secretamente em seus troncos longos e amigáveis. Quando parecia estar longe o suficiente, ela abriu os olhos lentamente, percebendo que a densa neblina começava a se dissipar. Então, ainda que estivesse com os olhos enevoados pela tristeza e que voltavam a se acostumar com a luminosidade, ela voltou seu corpo para a direção de Damon e Kill e viu suas silhuetas embaçadas ao longe.

IMPERATRIZ (sussurrando): Eu am…

VOZ DESCONHECIDA (interrompendo a Imperatriz, com descrença): Flávia?

[A jovem se vira abruptamente ao reconhecer a voz e se depara com a imagem curiosa de um jovem pálido de pijama].

IMPERATRIZ (incrédula): Damon?

FIM DA TERCEIRA CENA.

❖❖❖
Notas de Rodapé

* Na Índia, as pessoas acreditam que essa árvore realiza desejos e traz sorte — Fonte.

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