Vai e vem pelo tempo IV
Lobo Negro Johny
Tipo: Lírico
Postado: 17/09/20 14:45
Gênero(s): Crítica Poema Reflexivo
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min a 3min
Apreciadores: 2
Comentários: 1
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Palavras: 412
Livre para todos os públicos
Capítulo Único Vai e vem pelo tempo IV

Vai e vem pelo Tempo IV

É segundo semestre de 2017

Eu não fui libertado

E estou longe de fugir

Mas por momentos

Eu escapo

E vivo normalmente

Tentei ajuda

De quem conhecia

A maioria

Não fez nada

Mas algumas pessoas sim

Foi assim durante meses

Em que não podiam me ajudar

Como queriam

Mas ajudavam como podiam

Faço novos laços

E início uma procura frenética

Atrás de uma mentira

A mais bela já contada

Procuro-a desesperadamente

Enquanto vivia

Indo e voltando

Para o cativeiro

Até ser parcialmente solto

Mas não totalmente

Eu conheci gente nova

Já que as mentirosas

Bom

Eu descobri que eram mentiras

Enquanto o eu de abril

Ainda se envolvia diretamente

Com cada palavra que era vazia

Mas ocupava a mente

O eu de setembro

Tentava uma fuga

Eu a procurava

Mas não deixava de viver

Conheci alguém

Cabelos pretos

Olhos castanhos

Cabelo cacheado

E não demorei muito

Para tê-la em meus braços

E grudada a meu corpo

Na primeira noite

Enquanto dizia para ela

Que a queria

Hoje e amanhã

E sempre mais

Quando mentia para ela

Era final de setembro

Pois dois meses depois

Ela sentiu falta

De qualquer emoção

Pois eu ainda era escravo

Da primeira prisão

Eu continuo procurando

Pela mentira mais bela

Tornei-me amigo

De uma doce garota

Embora já corrompida

Por um sedutor de fala mansa

O mesmo tipo de comerciante

De escravo

Só que de outra forma

Ele a seduzia bem

E ela por aprender cedo demais

Os prazeres do sexo

Fingia ser adulta

Mas de tão criança não via

O homem que a consumia

Decidi não resguardar

Decidi mostrar

Para minha amiga

De cabelos pretos

E cacheada

A de 2016

Que em sete meses

Me trairia

Contei o que senti

Com cicatrizes e tudo mais

A resposta

Era a de sempre

Menos

E não mais

Afastei-me temporariamente

O que em sete meses

Seria permanentemente

Minha doce amiga corrompida

E escravizada

Não sabia que era escrava

Tentei contar

Mas ela não ouviu

Por doer em mim

Vê-la tão perdida

Preferi afastar-me

O eu de novembro

Afastou-se dela

Enquanto o eu de setembro

E outubro

Via nela o potencial

E a força para ser livre

Enquanto o eu de novembro

Viu que as algemas

A mente e coração já a prendiam

E minha mente e corpo temiam

Voltar à escravidão

Eu fugia

Mas sempre voltava

Nunca era pego

Sempre cauteloso

Com medo

De quem dizia ser meu dono

Artur Poeta da Neve

❖❖❖
Apreciadores (2)
Comentários (1)
Postado 25/02/21 15:03

É tão triste quando mentimos para nós mesmos, tentando em vão esquecer alguém, e nesse processo acabamos mentindo para tantas pessoas, e machucando tanto elas, e principalmente a nós mesmos....

Mas a mentira não dura muito, cedo ou tarde ela perde sua força, pois o amor mentiroso sem emoção é sempre uma casca vazia e doloroso que faz todos sofrerem...

Muito bom poder ler algo que retrate esse lado tão triste da automentira...

Obrigada por compartilhar conosco!

Um abraço para você, Sr. Eliézer!!