Jardim morto, morto jardim.
Cria de Minerva
Tipo: Lírico
Postado: 18/12/22 15:56
Avaliação: Não avaliado
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Capítulo Único Jardim morto, morto jardim.

Arranquei flores, raízes, espantei borboletas e desmanchei histórias. Segui.

Meu jardim passou muitos anos inabitado, morto e com a terra seca. Eu até gostava dele assim, as pessoas poderiam até reclamar e dizer que era feio e sem vida, mas eu enxergava conforto e estabilidade. Qual lugar melhor para refletir e pensar do que uma rocha firme, estável e isolada? Silêncio.

Após alguns anos, choveu. Os brotinhos começaram a aparecer, tentei ignorar. Começaram a se enrolar em meus pés, pisei em todas elas e amassei sem olhar para baixo, na esperança do coração não sentir o que os olhos não viam. Ignorei.

Até que um dia, em uma das flores pousou uma abelha, ignorei. Ela veio até mim e me deu uma tremenda ferroada, foi impossível não abaixar os olhos. E me surpreendi, a grama cresceu verde e vistosa, as flores estavam perfeitas e cheiravam maravilhosamente bem. Como eu não percebi que tudo aflorava tão intensamente? Ou melhor, por que não aceitei? Do que eu tinha medo? Decidi não ter mais, cuidei das flores. Reguei.

Engraçado, mais abelhas vieram e todas elas me ferroaram. Culpa das malditas flores. Arranquei todas elas. E passei bem, eu acho. Pensando bem, está tudo meio solitário agora. Mas eu me acostumo. Eu acho.

Dessa vez, não consegui olhar para frente e para cima por muito tempo. Quando as lágrimas pesaram no meu rosto e inundaram meu colo, precisei abaixar os olhos para enxugar. E então eu vi.

Malditas ervas daninhas.

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